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Em Pernambuco, Laboratório de Análise de Águas completa um ano com avanços no combate à poluição hídrica no Nordeste
30 de setembro de 2025, 14:23

Fonte

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Publicação Original

Áreas

Cidades, Ciência Ambiental, Engenharia Ambiental, Gestão de Resíduos, Monitoramento Ambiental, Qualidade da Água, Saneamento, Saúde Ambiental

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Resumo

Inaugurado em setembro de 2024, o Laboratório de Análise de Águas (Lana), sediado no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), completa um ano de operação com resultados significativos no enfrentamento da poluição hídrica no agreste pernambucano.

A equipe de pesquisadores tem concentrado esforços especialmente no polo têxtil da região, que reúne milhares de pequenas empresas e é responsável por um dos maiores volumes de produção de confecções do mundo.

O laboratório foi criado para ser um polo de referência no desenvolvimento de soluções para o tratamento de resíduos líquidos descartados no meio ambiente (efluentes).

Segundo Alex Neres, pesquisador responsável pela condução técnica do projeto, o primeiro ano do laboratório foi focado na geração de um volume expressivo de dados e no estabelecimento de parcerias com empresas locais.

O monitoramento contínuo permitiu acompanhar, de forma inédita, a variação na produção ao longo do ano, identificando períodos de maior impacto ambiental relacionados ao calendário de produção do setor têxtil. Esse acompanhamento sistemático fornece subsídios para correlacionar a poluição com fatores econômicos e sociais da região.

“O Lana foi projetado e direcionado para dar suporte às pesquisas que visam aumentar a escala no tratamento de efluentes têxteis. Saímos do ambiente de laboratório, com efluentes simulados, para tratar efluentes reais, que mudam constantemente de composição. É fundamental saber o que de fato as empresas estão gerando, porque cada tipo de corante, metal ou resíduo impacta no processo de tratamento”, explicou Alex Neres.

A equipe do Lana, formada por técnicos e bolsistas, atua desde a coleta das amostras em lavanderias de Toritama (PE) até o desenvolvimento de tecnologias avançadas de tratamento, como a fotocatálise heterogênea. Esse processo utiliza catalisadores ativos à luz solar para remover corantes e microplásticos dos efluentes.

“Hoje, algumas lavanderias já têm estações de tratamento próprias, mas os métodos convencionais – físicos, químicos ou biológicos – não conseguem reduzir totalmente a carga orgânica dos efluentes. O que estamos propondo é um refino desse processo, adicionando uma segunda etapa com a fotocatálise heterogênea, um dos chamados processos oxidativos avançados. Desenvolvemos um dispositivo que, ativado pela luz solar, promove a degradação das moléculas de corante e outros poluentes orgânicos ainda presentes após o tratamento inicial”, destacou o pesquisador.

O objetivo é chegar, até o fim de 2025, ao Nível de Prontidão Tecnológica 6 (TRL 6), etapa que comprova a viabilidade da metodologia em escala relevante e prepara o caminho para a transferência ao setor produtivo.

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