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Eletroencefalografia pode orientar tratamento com estimulação transcraniana por corrente contínua para pessoas com distúrbios de linguagem
21 de fevereiro de 2025, 17:34

Fonte

Instituto de Ciência de Tóquio

Publicação Original

Áreas

Bioeletrônica, Bioengenharia, Engenharia Biomédica, Fonoaudiologia, Imagens Médicas, Neurociências, Neurologia, Reabilitação

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Resumo

A afasia – um distúrbio caracterizado pela perda parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita – é frequentemente causada por problemas na área de Broca, região do cérebro relacionada à produção da fala.

Embora as terapias disponíveis para tratar a afasia sejam bastante limitadas, os cientistas têm relatado melhorias funcionais em pacientes usando a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). A ETCC envolve a aplicação de uma baixa corrente elétrica no couro cabeludo para modular a atividade neuronal, com o objetivo de melhorar ou suprimir funções cerebrais específicas.

Em um estudo recente, publicado na revista científica NeuroImage, uma equipe de pesquisa liderada pela Dra. Natsue Yoshimura, professora do Instituto de Ciência de Tóquio, no Japão, explorou o potencial da eletroencefalografia (EEG) como ferramenta para orientar a ETCC, no lugar da ressonância magnética funcional (fMRI).

“A EEG mede a atividade dos neurônios como potenciais elétricos no couro cabeludo. Ela tem as vantagens de ser relativamente barata e portátil. Se sua desvantagem de baixa resolução espacial for superada, a EEG pode, portanto, oferecer uma alternativa promissora à fMRI para determinar locais para realizar a ETCC”, explicou a professora Yoshimura.

Para testar essa hipótese, a equipe de pesquisa conduziu dois experimentos separados. No primeiro, os pesquisadores adquiriram dados de EEG e fMRI de 21 participantes saudáveis ​​enquanto completavam tarefas de identificação de imagens. Nessas tarefas, os participantes tinham que dizer o nome do objeto mostrado em uma fotografia o mais rápido possível. Os pesquisadores então compararam as áreas ativadas do cérebro com base nas medições de EEG ou fMRI. Curiosamente, eles encontraram uma notável concordância de 80% entre os dois métodos, apoiando a hipótese.

No segundo experimento, os pesquisadores investigaram se a ETCC aplicada a áreas funcionais identificadas via EEG poderia melhorar o desempenho em tarefas de identificação de imagens entre 15 participantes saudáveis. Comparada à abordagem padrão, na qual a ETCC é aplicada diretamente à área de Broca (considerando sua posição geométrica convencional), a ETCC guiada por EEG levou a uma melhora acentuada na velocidade de identificação das imagens.

Juntas, as descobertas não apenas confirmam a hipótese da equipe, mas também destacam o potencial significativo da EEG em melhorar as funções da linguagem, o que pode contribuir para o aprimoramento do processo de reabilitação para pacientes com afasia.

“Nosso estudo fornece a primeira indicação de que a ETCC guiada por EEG, considerando as diferenças individuais significativas na atividade cerebral, tem o potencial de ser mais eficaz em melhorar a função da linguagem do que os métodos convencionais de ETCC visando a área de Broca em pessoas com afasia. Os resultados também sugerem que a análise baseada em EEG pode ser eficaz para identificar áreas do cérebro relevantes para tarefas cognitivas específicas”, concluiu a professora Natsue Yoshimura.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Instituto de Ciência de Tóquio

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