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Eletroencefalografia e neuromonitoramento óptico podem prever desfechos de curto prazo em recém-nascidos submetidos à hipotermia terapêutica
21 de junho de 2025, 16:42

Fonte

Danika Landry, Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, e Jeff Heinrich, Universidade de Montreal

Publicação Original

Áreas

Engenharia Biomédica, Epidemiologia, Física Médica, Medicina, Medicina Intensiva, Metabolismo, Neonatologia, Neurociências, Neurologia, Pediatria

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Resumo

A falta de oxigênio, antes ou durante o nascimento, pode levar a lesões cerebrais graves – uma condição médica conhecida como encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI).

Até o momento, a hipotermia terapêutica continua sendo a única abordagem comprovadamente eficaz para limitar os danos neurológicos causados ​​por essa privação de oxigênio. No entanto, mesmo com esse tratamento, o prognóstico permanece incerto.

Um dos principais desafios é avaliar rapidamente a extensão da lesão cerebral para antecipar o risco de complicações em longo prazo ou o potencial de recuperação completa. Essa avaliação geralmente se baseia em ressonância magnética, realizada após o término do tratamento – por volta do quinto dia de vida – e requer o transporte do frágil recém-nascido para fora da unidade de terapia intensiva neonatal.

Agora, um novo estudo liderado pelo Dr. Mathieu Dehaes e pela Dra. Elana Pinchefsky, professores da Universidade de Montreal, no Canadá, revelou que uma abordagem combinada, utilizando técnicas avançadas de neuromonitoramento, pode prever com mais rapidez os desfechos clínicos de curto prazo desses pacientes, com base em dados quantitativos.

No estudo, os pesquisadores monitoraram 52 bebês tratados com hipotermia terapêutica na unidade de terapia intensiva neonatal do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, no Canadá.

Foram utilizadas duas tecnologias complementares: a eletroencefalografia (EEG), amplamente utilizada para registrar a atividade elétrica cerebral, e um sistema de neuromonitoramento óptico (NIRS), capaz de medir diversos indicadores de oxigenação e metabolismo cerebral.

Essas ferramentas não invasivas podem ser usadas diretamente à beira do leito, evitando a necessidade de transporte. As medições permitiram que a equipe identificasse com precisão a gravidade das lesões cerebrais dos bebês já no segundo dia de tratamento.

“Atualmente, a ressonância magnética (RM) continua sendo o padrão ouro para avaliar desfechos em longo prazo”, disse o Dr. Mathieu Dehaes. “Ela ajuda a diferenciar entre casos normais ou leves e casos graves, mas normalmente é realizada cerca de cinco dias após o nascimento. A abordagem integrada que propomos fornece dados muito mais rapidamente e para todos os níveis de gravidade”, continuou.

De fato, ao adicionar a análise do metabolismo cerebral, a equipe demonstrou que  é possível distinguir casos moderados de normais ou leves, o que costumava ser um grande desafio clínico.

As descobertas promissoras marcam um avanço significativo na otimização dos protocolos de cuidados neonatais.

“Em terapia intensiva neonatal, a intervenção precoce é sempre melhor. As técnicas acessíveis que testamos oferecem aos médicos e à equipe médica indicadores quantitativos à beira do leito para identificar recém-nascidos em risco de complicações moderadas ou graves, apoiando assim a tomada de decisões clínicas!, concluiu a Dra. Rasheda Arman Chowdhury, primeira autora do estudo.

Os resultados foram publicados na revista científica Scientific Reports.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Montreal
Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Montreal
Ex-pesquisadora da Universidade de Montreal, atualmente pesquisadora da Universidade Concordia

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