Leitura rápida

Estudo pretende identificar os efeitos das células gigantes de câncer sobre a resistência a tratamentos e evolução de tumores
11 de abril de 2025, 11:26

Fonte

Sueli de Freitas, UFES

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Biotecnologia, Epidemiologia, Imunologia, Microbiologia, Oncologia, Terapia Celular

Compartilhar

Resumo

Pesquisadores do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) estão investigando o papel de células gigantes poliploides/multinucleadas (PGCCs/MNGCs) na evolução agressiva do câncer e na resistência a tratamentos.

A pesquisa é coordenada pela Dra. Débora Meira e pelo Dr. Iúri Louro, professores do Departamento de Ciências Biológicas da UFES.

“O principal objetivo da pesquisa é compreender como e por que surgem essas subpopulações celulares e de que maneira podem ser moduladas para serem contidas e eliminadas do paciente sem causar efeitos colaterais, como resistência aos tratamentos e recidiva do câncer. A partir desse entendimento, o nosso grupo tem buscado investigar estratégias sistêmicas e bioprospectivas para modular as PGCCs/MNGCs”, explicou a professora Débora Meira.

Segundo a professora, essas células “apresentam formatos incomuns e um desequilíbrio em seu ciclo celular, contendo múltiplos conjuntos de cromossomos além do normal, o que lhes confere um tamanho muito superior ao das células tumorais convencionais”.

“Essas células foram identificadas em diversos tumores sólidos e hematopoiéticos – que se originam nas células do sistema hematopoiético, ou seja, nas células responsáveis pela produção dos elementos do sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas; esses tumores geralmente se desenvolvem na medula óssea, mas também podem afetar o sangue periférico, linfonodos e outros órgãos linfoides – destacando-se pelo impacto crítico na sobrevivência tumoral”, continuou a pesquisadora.

“O foco tem sido identificar e diferenciar a morfologia das PGCCs/MNGCs – estrutura, aspecto e tamanho – em relação a outras células tumorais comuns, utilizando ferramentas baseadas em inteligência artificial. Esse passo é fundamental para compreender a dinâmica dessas células no tumor e facilitar sua identificação em experimentos futuros”, destacou a Dra. Débora Meira sobre o andamento da pesquisa.

A seguir, os pesquisadores devem analisar lâminas obtidas em colaboração com o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), instituições de referência na pesquisa oncológica no Brasil. Além disso, para comprovações experimentais, serão realizados ensaios de cultura celular, análises de química analítica e outras abordagens laboratoriais para aprofundar o entendimento sobre essas células e testar possíveis intervenções terapêuticas.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Rolar para cima