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Resumo
Em artigo de revisão recentemente publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apontam que o método de edição genética CRISPR-Cas9 está sendo testado para deter o contágio pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1).
A infecção transmitida pelo vírus em relações sexuais e transfusões de sangue pode, em alguns casos, levar a doenças graves como leucemia e problemas no sistema nervoso.
Os estudos – ainda em fases iniciais, com foco principalmente em experimentos in vitro e em modelos celulares testados em laboratório – mostram que a edição interrompe a integração do vírus com as células hospedeiras que usa para se multiplicar, além de desativar genes essenciais para a sobrevivência do vírus.
“A maioria dos infectados, cerca de 90%, permanece assintomática ao longo da vida, contribuindo para uma transmissão silenciosa”, apontaram os pesquisadores do Laboratório de Investigação Médica LIM-56 da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), orientados pelo Dr. Jorge Casseb, professor e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da FMUSP. “No entanto, aproximadamente 10% dos infectados desenvolvem doenças graves, como leucemia de células T do adulto, uveíte, mielopatia, além de outras condições como dermatite infecciosa, artrite e neuropatia periférica”.
“O objetivo do artigo foi revisar e discutir, de forma abrangente, os avanços e desafios associados ao uso da tecnologia de edição de genes CRISPR/Cas9 na modificação genética dos vírus retrovirais, especificamente o HTLV-1”, destacaram os pesquisadores. “Através da análise crítica de estudos atuais, a publicação abordou o potencial dessa ferramenta para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, além de destacar as limitações técnicas e éticas que ainda precisam ser superadas para sua aplicação clínica em infecções retrovirais”.
“… a dificuldade em desenvolver métodos de entrega do sistema CRISPR-Cas9 em células-alvo específicas, como células T infectadas, e a ausência de ensaios clínicos robustos [com grande número de pacientes] ainda limitam o avanço para aplicações clínicas”, concluíram os pesquisadores.
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Acesse a notícia original completa na página do Jornal da USP.
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