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Diferenças individuais na esquizofrenia se refletem na estrutura cerebral
28 de fevereiro de 2025, 18:50

Fonte

Universidade de Zurique

Publicação Original

Áreas

Biologia, Epidemiologia, Genética, Medicina, Medicina de Precisão, Neurociências, Neurologia, Psiquiatria

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Resumo

A esquizofrenia é uma condição complexa de saúde mental que afeta a percepção, o pensamento e as emoções. Essa complexidade se reflete nas manifestações individuais da doença: para alguns pacientes, os distúrbios perceptivos são o principal problema, enquanto para outros, os comprometimentos cognitivos são mais prevalentes.

“Nesse sentido, não existe uma esquizofrenia, mas muitas, cada uma com diferentes perfis neurobiológicos”, destacou o Dr. Wolfgang Omlor, pós-doutorando no Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia da Universidade de Zurique, na Suíça, e primeiro autor de um estudo multicêntrico internacional sobre a variabilidade da doença publicado recentemente na revista científica Psychiatry Online.

Para fazer justiça a cada um desses tipos de esquizofrenia, uma abordagem de Medicina de Precisão teria que ser adotada – por exemplo, com terapias que correspondessem precisamente ao respectivo perfil neurobiológico. “Isso requer abordagens que busquem diferenças e semelhanças individuais no nível neurobiológico”, explicou o Dr. Wolfgang Omlor.

No estudo, os pesquisadores examinaram a variabilidade da estrutura cerebral em pacientes com esquizofrenia através de diversas características, incluindo a espessura e a área de superfície do córtex cerebral, bem como o padrão de dobramento e o volume das regiões cerebrais mais profundas.

Os dados foram obtidos do estudo colaborativo ENIGMA, um projeto de pesquisa internacional que combinou dados de imagens de mais de 6.000 pessoas em 22 países. Ao comparar as estruturas cerebrais de milhares de pacientes com esquizofrenia e indivíduos saudáveis, a variabilidade da estrutura cerebral pôde ser estudada com um alto grau de confiabilidade.

Embora estruturas cerebrais variáveis ​​na esquizofrenia possam refletir diferenças nos sintomas entre os pacientes, a uniformidade do dobramento cerebral na área médio-frontal sugere um traço de desenvolvimento comum a pessoas com esquizofrenia.

Como o dobramento cerebral é amplamente concluído na primeira infância, o desenvolvimento cerebral durante esse período parece ser menos flexível em pacientes com esquizofrenia, particularmente em áreas responsáveis ​​por conectar os processos de pensamento e sentimento.

“Essas descobertas ampliam nossa compreensão da base neurobiológica da esquizofrenia”, disse o Dr. Philipp Homan, professor da Universidade de Zurique e coautor sênior do estudo. “Embora o dobramento uniforme do cérebro possa indicar possíveis mecanismos de desenvolvimento de doenças, regiões com alta variabilidade na estrutura cerebral podem ser relevantes para o desenvolvimento de estratégias de tratamento individualizadas”, concluiu o professor.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pós-doutorando no Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia da Universidade de Zurique
Professor da Universidade de Zurique

Instituições Citadas

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