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Diferenças biológicas entre homens e mulheres podem influenciar sintomas e tratamento do Transtorno Depressivo Maior
24 de outubro de 2024, 10:07

Fonte

Thuane Ribeiro, NPAD/UFRN e Paiva Rebouças, Agecom/UFRN

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Epidemiologia, Genética, Genômica, Neurociências, Neurologia, Psiquiatria

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Resumo

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), identificou que os sintomas e o tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM) podem ser influenciados pelo sexo biológico da pessoa.

“O transtorno se manifesta de maneira diferente em homens e mulheres, com as mulheres apresentando maior susceptibilidade em determinados períodos da vida”, explicou a Dra. Iara Dantas de Souza, pesquisadora de Pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFRN.

A pesquisa utilizou uma abordagem de bioinformática para identificar genes com alterações transcricionais (TAGs) em amostras de tecido cerebral de homens e mulheres com TDM.

Os pesquisadores usaram dados públicos de sequenciamento de RNA, coletados de amostras de tecido cerebral post-mortem de indivíduos com TDM e pessoas saudáveis. As amostras passaram por uma análise detalhada, utilizando protocolos padrão para identificar as diferenças de expressão gênica entre homens e mulheres.

No total, foram analisadas 263 amostras de cérebro, comparando as expressões gênicas entre indivíduos dos dois sexos. “Observamos que os perfis de expressão gênica são bastante distintos entre homens e mulheres, e essas alterações são específicas para cada região cerebral”, afirmou a Dra. Iara de Souza. A pesquisa destacou que o córtex frontal é uma das regiões mais afetadas pelo transtorno, especialmente em mulheres.

“Os próximos passos incluem a identificação de variantes genéticas associadas a um maior risco de desenvolver o transtorno, assim como a análise das alterações transcricionais específicas de cada sexo em nível celular”, concluiu a Dra. Iara de Souza.

Os resultados do estudo, publicados na revista científica Neuroscience, destacam a importância de adaptar os serviços de saúde mental às particularidades biológicas de cada sexo, promovendo tratamentos mais eficazes e personalizados, e a necessidade de políticas públicas que considerem essas variações no diagnóstico e na abordagem terapêutica.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora de Pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFRN

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