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Descoberta muda paradigma de tratamento da dor e traz esperança para quem sofre de dor crônica
9 de junho de 2025, 11:35

Fonte

Wendy Davidson, Universidade de Aberdeen

Publicação Original

Áreas

Biomedicina, Bioquímica, Desenvolvimento de Fármacos, Farmacologia, Medicina, Neurociências, Neurologia

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Resumo

Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido; da Academia Sinica, em Taiwan, em colaboração com um grupo de especialistas internacionais, realizaram uma descoberta que traz esperança para quem sofre de dor crônica e fibromialgia.

A equipe identificou que, no sistema nervoso, a dor crônica é processada de forma diferente da dor causada por uma lesão ou esforço excessivo, ou seja, a dor crônica demonstrou ser fisiologicamente diferente da dor aguda.

Os cientistas encontraram uma nova via fisiológica para a dor crônica, o que significa que esta via agora pode ser um alvo para futuras terapias.

O Dr. Guy Bewick, professor de Neurociências da Universidade de Aberdeen, explicou: “Todos sabemos que existem diferentes tipos de dor. Existe a dor aguda e pungente de furar o dedo com uma agulha e também a dor crônica da dor muscular após exercícios não habituais. No entanto, a maioria de nós no Ocidente, incluindo cientistas, considera ambas simplesmente ‘dor’. Atualmente, a medicina ocidental é frequentemente ineficaz para dores crônicas”.

“No entanto, as culturas orientais diferenciam a dor crônica há muitos séculos, chamando-a de ‘sng’ em taiwanês, ou ‘suan tong’ em mandarim. A dor aguda causada por objetos cortantes e cirurgias geralmente pode ser tratada eficazmente com analgésicos comuns, mas a dor crônica muitas vezes não”, continuou o pesquisador.

“Novos tratamentos exigem um alvo medicamentoso identificável e diferente. Este estudo encontrou esse alvo. Especificamente, descobrimos o mecanismo dessa dor que chamamos de ‘sng’”, destacou o professor.

A descoberta da nova via da dor é descrita pela equipe como “uma descoberta que muda o paradigma e que mudou fundamentalmente nossa compreensão dos sistemas sensoriais humanos e desafiou o dogma central da biologia da dor, estabelecido nos últimos 50 anos”.

A equipe do Dr. Bewick descobriu que uma molécula chamada glutamato é liberada nos músculos para ativar um receptor altamente incomum. Isso desencadeou uma colaboração com a equipe do professor Chih-Cheng Chen em Taiwan, que descobriu que a liberação excessiva de glutamato ativava os nervos da dor próximos, tornando-os permanentemente ativos e não se desligando como normalmente ocorreria.

Então, eles descobriram que o bloqueio do receptor de glutamato recém-descoberto, altamente incomum, impedia completamente o desencadeamento da dor crônica.

“Esta descoberta significa que os cientistas agora podem começar a desenvolver novos tratamentos direcionados especificamente a essa nova via da dor, que não responde aos analgésicos comuns. Isso tem o potencial de ajudar muitas pessoas cuja dor atualmente não é tratada adequadamente, concluiu o Dr. Guy Bewick.

O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Academia Sinica
Professor de Neurociências da Universidade de Aberdeen

Instituições Citadas

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