
Fonte
UNIBO Magazine, Universidade de Bolonha
Publicação Original
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Resumo
Uma nova publicação científica apontou que interações frequentes e significativas dentro de grupos sociais, com familiares, amigos e conhecidos, melhoram a qualidade de vida e promovem a longevidade em pessoas idosas.
Segundo o estudo, o isolamento social pode aumentar em até 29% o risco de mortalidade, o que é comparável aos principais fatores de risco, como obesidade, tabagismo e incapacidade física.
Os pesquisadores também destacaram que o relacionamento social entre gerações contribui para a criação de uma rede social resiliente, que pode atenuar os efeitos do envelhecimento.
Foco do Estudo
Por que é importante?
As interações sociais não são apenas um elemento-chave do bem-estar psicológico, mas podem influenciar profundamente a saúde física e a longevidade.
Os processos biológicos pelos quais a sociabilidade afeta o processo de envelhecimento, bem como a expectativa de saúde e a expectativa de vida, ainda são pouco compreendidos.
“Desvendar os mecanismos fisiológicos, neurológicos, genômicos, epigenômicos e evolutivos subjacentes à associação entre sociabilidade e longevidade pode abrir novas perspectivas para entender como a expectativa de vida é determinada em uma perspectiva socioevolutiva mais ampla”, destacaram os pesquisadores de um novo estudo publicado na revista científica GeroScience.
Estudo
Um novo estudo, publicado na revista científica GeroScience, mostrou que o envelhecimento saudável também está ligado à sociabilidade: interações frequentes e significativas dentro de grupos sociais, com familiares, amigos e conhecidos, melhoram a qualidade de vida e promovem a longevidade.
O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Bolonha, na Itália, com a colaboração de pesquisadores do Museu Nacional de História Natural de Paris, na França, e da Universidade Semmelweis, na Hungria, destacou os mecanismos evolutivos e biológicos que envolvem sociabilidade, longevidade e envelhecimento mais saudável.
No artigo científico, os pesquisadores descrevem como a sociabilidade e a dinâmica social estão intimamente inseridas na biologia humana, influenciando o envelhecimento saudável e a expectativa de vida, destacando a necessidade de promover abordagens interdisciplinares, incluindo Ciências Sociais, Antropologia Biológica, Ecologia Humana, Fisiologia e Genética.
Em um mundo em rápido crescimento demográfico, com a previsão de mais de 16% da população mundial tendo mais de 65 anos até 2050, compreender a relação entre sociabilidade e envelhecimento biológico é crucial para enfrentar os desafios do futuro
Resultados
Os pesquisadores destacaram que entre pessoas socialmente isoladas o risco de mortalidade aumenta em 29%, um número comparável aos principais fatores de risco, como obesidade, tabagismo e incapacidade física.
Ao mesmo tempo, foi demonstrado que estresses sociais crônicos, como isolamento ou marginalização, alteram profundamente os sistemas neurofisiológico e imunológico, acelerando o envelhecimento biológico. Esses efeitos podem levar ao aumento do risco de doenças degenerativas, como Alzheimer, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Por outro lado, um elemento que promove a longevidade é a relação social entre gerações, por exemplo a relação entre pais e filhos ou entre mães e filhos: este tipo de relacionamento contribui para criar uma rede social resiliente, capaz de atenuar os efeitos do envelhecimento.
“Essas interações e cooperação entre gerações não afetam apenas a biologia individual, mas também moldaram algumas características distintivas de nossa espécie, como a extensão da vida pós-reprodutiva”, disse a Dra. Cristina Giuliani, professora do Departamento de Ciências Biológicas, Geológicas e Ambientais da Universidade de Bolonha, que liderou a pesquisa.
O estudo mostrou que promover redes sociais sólidas e interações intergeracionais não apenas melhora a qualidade de vida de idosos, mas também pode levar à redução do ônus econômico de doenças típicas do envelhecimento.
“Se não for confrontado com estratégias inovadoras baseadas em evidências científicas, o envelhecimento corre o risco de aumentar o desinteresse e colocar sob pressão a falta de apoio social e familiar, além de aumentar o fardo econômico das doenças crônicas trazidas pela idade”, concluiu a professora Cristina Giuliani.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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