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Em testes em animais, composto sintético derivado da planta canela-branca consegue eliminar parasita causador da leishmaniose visceral
29 de janeiro de 2025, 14:12

Fonte

Thais Szegö, Agência FAPESP

Publicação Original

Áreas

Bioquímica, Desenvolvimento de Fármacos, Farmacologia, Indústria Farmacêutica, Parasitologia, Produtos Naturais

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Resumo

A leishmaniose visceral é uma doença endêmica que atinge principalmente países pobres, incluindo o Brasil, e é transmitida por picada de insetos, desencadeando sintomas como febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, anemia e redução da força muscular.

Recentemente, um novo estudo indicou que um composto sintético derivado da Nectandra leucantha – planta brasileira conhecida popularmente como canela-seca ou canela-branca – tem potencial para ser explorado no tratamento da leishmaniose visceral.

O estudo envolveu pesquisadores do Instituto Butantan, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Faculdade de Medicina da UFMG, da Universidade Federal do ABC (UFABC), do Instituto Adolfo Lutz e também pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os resultados foram publicados na revista científica Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

Após o desenvolvimento inicial do composto desidrodieugenol B, semelhante ao encontrado na planta, os pesquisadores testaram in vitro variações desse composto inicial contra o parasita causador da doença. Esse estudo das novas versões da molécula permitiram encontrar uma variação quatro vezes mais potente que a molécula original.

Porém, com baixa biodisponibilidade – ou seja, a molécula ficava pouco tempo ativa no organismo do animal – os pesquisadores tiveram novamente que otimizar a molécula para aumentar sua biodisponibilidade.

Essa nova otimização levou a uma molécula com tempo de meia-vida plasmática de 21 horas. Em estudos farmacocinéticos feitos em ratos, o novo composto circulou no organismo do animal por um período cem vezes maior do que o observado inicialmente.

Além de comprovar o aumento na potência da nova substância no combate à Leishmania infantum, as análises in vitro revelaram que o composto foi seguro para a célula hospedeira.

Os resultados do estudo mostraram um colapso irreversível do sistema energético (ATP) do parasita pelo aumento do cálcio, além de uma atividade anti-inflamatória nas células hospedeiras, fator importante para o tratamento da leishmaniose visceral.

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