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Fred Lewsey, Universidade de Cambridge
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Resumo
No Reino Unido, um estudo clínico de fase II mostrou que uma combinação de metformina e clemastina pode ajudar a reparar a mielina no cérebro.
Os resultados foram apresentados no Comitê Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ECTRIMS) deste ano – uma das maiores conferências de pesquisa sobre esclerose múltipla do mundo.
Cerca de 70 pessoas com esclerose múltipla recorrente participaram do estudo clínico por seis meses, metade das quais tomou a combinação de medicamentos e a outra metade tomou um placebo.
Embora o desfecho primário – um teste de ‘potencial evocado visual’ – tenha sido positivo, os cientistas apontaram que as pessoas não se sentiram melhor com os medicamentos. O benefício do reparo da mielina é isolar e proteger os nervos danificados, impedindo sua degeneração ao longo dos anos.
Embora existam várias terapias modificadoras da doença para pessoas com esclerose múltipla recorrente e algumas terapias emergindo para esclerose múltipla progressiva ativa, milhões de pessoas permanecem sem tratamento eficaz.
Os medicamentos que existem atuam apenas em um aspecto da doença: o sistema imunológico. Eles não impedem o dano gradual aos nervos que leva à incapacidade em longo prazo. Cientistas afirmam que proteger os nervos contra danos, aumentando a capacidade natural do corpo de repor a bainha de mielina, pode ser uma saída.
A mielina é uma estrutura formada por uma membrana lipídica rica em glicofosfolipídios e colesterol, que recobre os axônios e serve como revestimento protetor. Na esclerose múltipla, a bainha de mielina fica danificada, causando sintomas como fadiga, dor, espasmos e dificuldades para caminhar.
Recentemente, as primeiras descobertas de um estudo clínico de fase II (chamado CCMR-2), realizado por pesquisadores do Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, mostrou que uma combinação de metformina – um medicamento comum para diabetes – e de clemastina, um anti-histamínico, pode ajudar a reparar a mielina no cérebro.
Os cientistas afirmaram que os resultados representam um avanço que está próximo de finalmente conseguir interromper a progressão da esclerose múltipla.
No entanto, os cientistas enfatizaram que as pessoas não devem tentar usar os medicamentos fora do estudo clínico, pois mais pesquisas ainda são necessárias para compreender completamente sua eficácia e segurança na esclerose múltipla.
Evidências anteriores de estudos em animais mostraram que a metformina potencializa o efeito da clemastina no reparo da mielina, mas até agora os dois medicamentos nunca haviam sido testados juntos em humanos.
Estou cada vez mais certo de que a remielinização é parte da solução para interromper a incapacidade progressiva na esclerose múltipla
Os avanços verificados até aqui no estudo clínico foram apresentados no Comitê Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ECTRIMS) deste ano – uma das maiores conferências de pesquisa sobre esclerose múltipla do mundo.
“Ainda precisamos pesquisar os benefícios e efeitos colaterais em longo prazo antes que pessoas com esclerose múltipla considerem tomar esses medicamentos. Mas meu instinto me diz que estamos à beira de uma nova classe de tratamentos para interromper a progressão da esclerose múltipla e, na próxima década, poderemos ver o primeiro tratamento licenciado que poderá reparar a mielina e melhorar a vida das pessoas que vivem com esclerose múltipla”, destacou o Dr. Nick Cunniffe, professor de Neurologia na Universidade de Cambridge e líder do estudo clínico
Cerca de 70 pessoas com esclerose múltipla recorrente participaram do estudo clínico por seis meses, metade das quais tomou a combinação de medicamentos e a outra metade tomou um placebo.
O desfecho primário usado para avaliar a eficácia do medicamento foi um teste de ‘potencial evocado visual’, que mede a velocidade com que os sinais viajam entre os olhos e o cérebro. A velocidade dos sinais diminuiu no grupo placebo ao longo de seis meses, mas permaneceu constante no grupo que recebeu os medicamentos.
Embora o desfecho primário tenha sido positivo, os cientistas apontaram que as pessoas não se sentiram melhor com os medicamentos. O benefício do reparo da mielina é isolar e proteger os nervos danificados, impedindo sua degeneração ao longo dos anos. Pesquisadores acreditam que os medicamentos que promovem a remielinização terão um efeito na incapacidade em longo prazo, o que será objeto de pesquisas futuras.
Os pesquisadores argumentaram que a esclerose múltipla é apenas o começo. Encontrar maneiras de proteger o cérebro antes que danos irreversíveis se instalem é vital em todas as condições neurodegenerativas, do Alzheimer ao Parkinson.
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