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Celulose bacteriana regenera tecidos vegetais
27 de fevereiro de 2025, 16:49

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Publicação Original

Universidade Politécnica de Madri

Áreas

Agricultura, Agronomia, Bioengenharia, Bioinformática, Biologia, Biomateriais, Biotecnologia, Botânica, Genômica, Microbiologia

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Resumo

A celulose bacteriana – sintetizada por certas bactérias na forma de biofilme – consiste em fibras de celulose extremamente puras e tem sido amplamente utilizada em aplicações biomédicas em humanos, apresentando alto grau de biocompatibilidade. Porém, seus possíveis efeitos curativos em plantas eram desconhecidos.

Recentemente, um estudo pioneiro mostrou que adesivos de celulose bacteriana induzem a regeneração de tecido vegetal e identificou pela primeira vez o mecanismo molecular subjacente a esse processo.

O trabalho, coliderado por pesquisadores do Centro de Biotecnologia e Genômica Vegetal (CBGP) da Universidade Politécnica de Madri (UPM) e do Centro de Pesquisa em Genômica Agrícola (CRAG), na Espanha, foi publicado na revista Science Advances. O estudo contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Ciência dos Materiais de Barcelona (ICMAB) e da Universidade do Estado do Colorado, nos EUA.

Os cientistas aplicaram adesivos de celulose bacteriana em feridas nas folhas das plantas modelo Nicotiana benthamiana e Arabidopsis thaliana, e observaram a formação de novas células em ambos os lados do corte apenas dois dias após a lesão, com fechamento completo da ferida após sete dias.

Esse processo de cicatrização de feridas foi promovido pela celulose bacteriana, mas não por outras matrizes estruturalmente semelhantes, como a celulose vegetal, indicando que a celulose bacteriana tem características específicas além de prevenir a desidratação ou promover o contato físico.

A equipe de pesquisa descobriu que os adesivos de celulose bacteriana contêm citocininas, uma classe de hormônios envolvidos no desenvolvimento das plantas. “Plantas com sinalização defeituosa de citocinina não responderam aos adesivos de celulose bacteriana, confirmando que as citocininas são cruciais para desencadear a regeneração”, explicou a Dra. Nerea Ruiz-Solaní, pesquisadora do CRAG e coautora do estudo.

A equipe também identificou a produção de estresse oxidativo nas áreas lesionadas após a aplicação de celulose bacteriana. Análises genômicas e de bioinformática permitiram aos cientistas identificar os genes específicos envolvidos no processo, que são genes tipicamente associados a mecanismos de defesa contra patógenos.

A pesquisa tem implicações significativas para práticas agrícolas, incluindo cicatrização de feridas para prevenir infecções, bem como aplicações em enxertos, podas e cuidados com plantas ornamentais.

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Autores/Pesquisadores Citados

Dra. Nerea Ruiz-Solaní

Pesquisadora do Centro de Pesquisa em Genômica Agrícola (CRAG)

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica Science Advances (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

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