
Grendelkhan via Wikimedia Commons
Cordão umbilical humano cortado
Fonte
Universidade Monash
Publicação Original
Áreas
Resumo
A partir de estudos anteriores que mostraram que células derivadas do sangue do cordão umbilical podem ser neuroprotetoras para o cérebro prematuro, cientistas australianos mostraram a viabilidade do procedimento de reinfusão destas células em bebês prematuros com menos de 28 semanas.
Este é o primeiro estudo clínico de fase 1 do mundo a demonstrar o procedimento de reinfusão de células derivadas do sangue do cordão umbilical em bebês prematuros sem a ocorrência de eventos adversos graves, confirmando que o procedimento é seguro e tolerável nessa população vulnerável.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Bebês prematuros correm alto risco de lesões cerebrais que podem levar a desafios ao longo da vida, como paralisia cerebral.
Ao usar suas próprias células do sangue do cordão umbilical, os pesquisadores acreditam que podem fornecer um ‘escudo protetor’ natural para os cérebros em desenvolvimento dos bebês prematuros.
Estudo
Uma pesquisa realizada por pesquisadores do Monash Children’s Hospital, da Escola de Ciências Clínicas da Universidade Monash, do Instituto de Pesquisa Médica Hudson e da Universidade de Sydney, na Austrália, demonstrou com sucesso a viabilidade e a segurança do uso de células derivadas do sangue do cordão umbilical do próprio bebê como um tratamento potencial para bebês extremamente prematuros.
Publicada na revista científica The Lancet eBioMedicine, a descoberta oferece novas possibilidades para bebês muito prematuros.
O chamado Cord-Safe Study foi o primeiro estudo clínico de fase 1 deste tipo no mundo e se concentrou em 23 bebês extremamente prematuros, nascidos antes de 28 semanas de gravidez.
Mas coletar sangue do cordão umbilical de bebês extremamente prematuros é bem delicado: com placentas menores, volumes mínimos de sangue e circunstâncias complexas de parto, os pesquisadores enfrentaram desafios significativos na coleta dessas células.
Apesar das dificuldades, a equipe conseguiu coletar e processar com sucesso células do sangue do cordão umbilical de aproximadamente 70% dos bebês extremamente prematuros inscritos no estudo.
O estudo se baseia em evidências pré-clínicas substanciais que mostram que células derivadas do sangue do cordão umbilical podem ser neuroprotetoras para o cérebro prematuro. Essas células demonstraram múltiplos efeitos benéficos, incluindo mecanismos anti-inflamatórios, imunomoduladores e protetores para o cérebro em desenvolvimento.
Esta pesquisa representa um desenvolvimento significativo no atendimento neonatal. Pela primeira vez, estamos explorando como as células sanguíneas do cordão umbilical do próprio bebê podem ser usadas terapeuticamente em bebês extremamente prematuros, oferecendo uma opção de tratamento potencial onde antes havia alternativas limitadas
Resultados
O estudo clínico foi bem sucedido e não houve a ocorrência de eventos adversos graves relatados, confirmando que o procedimento é seguro e tolerável nessa população vulnerável.
O sucesso deste estudo de viabilidade abre caminho para estudos clínicos internacionais maiores.
O Dr. Atul Malhotra, pesquisador principal do projeto e professor da Universidade Monash, disse que a descoberta oferece esperança para pais e profissionais médicos que lidam com os desafios complexos do nascimento extremamente prematuro, potencialmente mudando o cenário dos cuidados neonatais para as gerações futuras.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
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Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Monash (em inglês).
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