
Fonte
Maria Rita Lima, Portal da Propesq/UFMT
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores da Unidade de Pesquisa em Bioacústica Computacional da UFMT monitoram há mais de uma década os jacarés do Pantanal.
Com o uso de tecnologias, os cientistas acompanham os padrões comportamentais dos animais e os efeitos das condições climáticas extremas sobre eles.
Os pesquisadores destacam que a sobrevivência dos animais está fortemente ligada ao ciclo hidrológico do Pantanal, em especial aos pulsos de inundação, evento crucial para a reprodução e alimentação dos jacarés.
Os jacarés desempenham um papel importante na ecologia, principalmente por serem animais de topo de cadeia em ambientes alagados. Desta forma, contribuem para regular a quantidade de indivíduos de outras espécies, mantendo o equilíbrio e a saúde dos ecossistemas aquáticos.
Desde 2012, a Unidade de Pesquisa em Bioacústica Computacional – o Grupo de Pesquisa CO.BRA -, criado no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU/CNPq/UFMT), tem utilizado tecnologias para estudar os jacarés do Pantanal.
De acordo com a Dra. Carolline Zatta Fieker, pesquisadora do grupo CO.BRA, a sobrevivência dos jacaré do Pantanal está fortemente ligada ao ciclo hidrológico do Pantanal, em especial aos pulsos de inundação, evento crucial para a reprodução e alimentação dos jacarés.
Com o uso de gravadores acústicos passivos, armadilhas fotográficas e drone, os pesquisadores do grupo conseguem obter dados importantes sobre os padrões comportamentais dos jacarés e sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre eles.
O jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) é uma espécie emblemática dos ambientes aquáticos do bioma, mas enfrenta ameaças crescentes devido às mudanças climáticas e às atividades humanas. A população, antes estimada em mais de 10 milhões de indivíduos, vem sofrendo declínio devido a secas prolongadas e incêndios florestais.
A bioacústica está sendo utilizada como ferramenta para descrever os diferentes tipos de vocalizações e padrões de atividade vocal da espécie [de jacarés do Pantanal]. No caso do drone, utilizamos as imagens para contar a quantidade de indivíduos, monitorar a dinâmica de ocupação de baías nas diferentes estações do ano e avaliar a estrutura etária da população
Segundo a Dra. Marinez Isaac Marques, professora da UFMT e coordenadora do grupo de pesquisa CO.BRA, os métodos tradicionais, como contagens visuais e captura, enfrentam desafios no Pantanal, devido à extensão e à dificuldade de acesso a muitas áreas. Para superar essas limitações, o grupo de pesquisa tem usado a bioacústica e o monitoramento com drone.
O Dr. Charly Schuchmann – também coordenador do grupo de pesquisa CO.BRA e pesquisador do Museu Koenig Bonn, um museu de pesquisa zoológica e história natural na Alemanha – destacou que os recursos da bioacústica e do uso de drone possibilitam avaliar a sazonalidade na densidade populacional da espécie, ou seja, o número de indivíduos por unidade de área, e identificar os comportamentos associados e quais são os períodos de menor e maior atividade.
“A análise de gravações obtidas ao longo de diferentes anos também está sendo realizada para entender como fatores sazonais e ambientais, como o pulso de inundação do Pantanal, que vem se alterando nos últimos anos, influenciam a atividade desses animais. Além disso, a partir das imagens obtidas pelo drone, estão sendo geradas várias fotografias aéreas, as ortoimagens, que permitem avaliar se os indivíduos têm preferências no uso dos micro-habitats aquáticos disponíveis nas baías estudadas”, concluiu a Dra. Carolinne Fieker.
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