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Biomarcadores poderiam antecipar risco e prognóstico do câncer de bexiga
10 de maio de 2025, 10:33

Fonte

Edson Vitoretti, Agência UEL

Publicação Original

Áreas

Análises Clínicas, Bioinformática, Biologia, Biomedicina, Bioquímica, Biotecnologia, Epidemiologia, Estudo Clínico, Genética, Genômica, Oncologia, Toxicologia

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Resumo

Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Dra. Juliana Mara Serpeloni, professora do Departamento de Biologia Geral, está liderando um projeto que pretende mapear e identificar possíveis biomarcadores envolvidos na suscetibilidade e no prognóstico do câncer de bexiga.

O estudo parte de resultados de pesquisas anteriores conduzidas no Laboratório de Mutagênese e Oncogenética (LAMON) da UEL, em parceria com a Dra. Carolina Panis, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em Francisco Beltrão, com a contribuição das doutorandas Isabely Mayara da Silva e Beatriz Geovana Leite Vacario.

Estudo do laboratório publicado recentemente mostrou que, no câncer de bexiga, o gene CYP3A4, quando mutado, aumenta a suscetibilidade ao câncer. “No projeto, vimos que indivíduos com alelos mutados, tinham mais chances de ter câncer de bexiga e, quando esses indivíduos eram expostos a agrotóxicos, esse risco era ainda maior”, destacou Isabely da Silva.

No câncer de mama, também foi observada forte interação com a exposição a agrotóxicos e o gene UGT2B7, avaliado durante o mestrado da aluna Beatriz Vacario. “A ideia é que, de agora em diante, possamos explorar esses genes de outras formas para tentar comprovar que eles estão realmente relacionados a fisiopatologias desses cânceres e à exposição a agrotóxicos”, afirmou a professora Juliana Serpeloni.

O estudo também vai considerar outros genes possivelmente relacionados ao câncer de bexiga. As pesquisadoras pretendem utilizar técnicas mais robustas e precisas, como sequenciamento de DNA e biópsia líquida. “Vamos usar essas técnicas mais aprimoradas para melhor explorar o papel que esses genes têm no aparecimento ou prognóstico do câncer de bexiga”, complementou a professora.

Além de avaliar as mutações como candidatos a biomarcadores, o estudo também avaliará o tamanho do telômeros, presentes nas extremidades de todos os cromossomos.

“Os telômeros são regiões de DNA nas pontas dos cromossomos, e o tamanho dessas regiões interfere na instabilidade telomérica e genômica, o que pode favorecer o aparecimento do câncer ou de um tumor de pior prognóstico”, explicou a professora Juliana.

A medição dos telômeros, assim como boa parte da pesquisa, será realizada usando a técnica PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em Tempo Real, que permite a amplificação e a detecção de uma região específica de DNA e a produção de muitas cópias desse trecho da molécula, viabilizando análises quantitativas com um elevado grau de precisão.

O projeto conta com a parceria do Hospital do Câncer de Londrina, de onde já foram coletadas amostras de 400 pacientes diagnosticados com câncer de bexiga.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em Francisco Beltrão
Doutoranda na Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Doutoranda na Universidade Estadual de Londrina (UEL)

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