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Na Europa, bactérias multirresistentes podem se espalhar de hospitais em zonas de guerra para outros países
15 de agosto de 2025, 17:51

Fonte

Universidade de Helsinque

Publicação Original

Áreas

Bacteriologia, Biomedicina, Imunologia, Microbiologia, Vigilância Sanitária

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Resumo

Um estudo realizado pela Universidade de Helsinque e pelo Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia, mostrou que 8% dos refugiados de guerra ucranianos foram hospitalizados devido a ferimentos de guerra. Quase 80% deles eram portadores de bactérias multirresistentes.

O estudo, publicado na revista científica Clinical Microbiology and Infection, também constatou que refugiados não hospitalizados não possuíam mais bactérias multirresistentes do que o demonstrado anteriormente para finlandeses que viajaram pela Ásia, África ou América do Sul.

“As preocupações com o risco de resistência antimicrobiana referem-se especificamente a pacientes hospitalizados em áreas afetadas por conflitos. Descobriu-se que pacientes com ferimentos de guerra eram portadores de bactérias altamente resistentes, que frequentemente causavam infecções graves”, afirmou a Dra. Anu Kantele, professora do Departamento de Medicina da Universidade de Helsinque e líder do estudo.

Os sistemas de saúde em zonas de guerra são particularmente vulneráveis à disseminação de bactérias multirresistentes. “Os hospitais nessas áreas estão sobrecarregados e a prevenção eficaz de infecções é impossível. Essas condições facilitam a disseminação de bactérias difíceis de tratar”, observou a professora Anu Kantele.

Refugiados ucranianos que não haviam sido hospitalizados no exterior antes de chegarem à Finlândia eram claramente menos propensos a serem portadores de bactérias multirresistentes. Descobriu-se que eles carregavam principalmente bactérias E. coli produtoras de β-lactamase de espectro estendido (ESBL) e, em pacientes individuais, Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA).

“Cidadãos comuns não precisam se preocupar. O problema está relacionado especificamente ao ambiente hospitalar”, enfatizou Tuomas Aro, doutorando na Universidade de Helsinque e especializado em doenças infecciosas.

O sistema de saúde finlandês está preparado para enfrentar o desafio. Nos hospitais finlandeses, os pacientes previamente hospitalizados no exterior são alocados em quartos individuais, com medidas de isolamento de contato em vigor e amostras bacterianas coletadas.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Departamento de Medicina da Universidade de Helsinque
Doutorando na Universidade de Helsinque

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