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Aplicativo proporciona atendimento psicológico e melhora cuidados com a saúde mental na Antártica
11 de dezembro de 2024, 11:58

Fonte

Lívia Galvão, Divisão de Assessoria de Imprensa da Universidade Federal Fluminense

Publicação Original

Áreas

Computação, Neurociências, Psicologia, Psiquiatria, Saúde Mental

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Resumo

Trabalhadores de regiões distantes, como a Antártica, que vivem em situações de confinamento extremo com frio intenso e cercados por uma grande área branca de gelo, têm um grande desafio em manter a saúde mental.

Para ajudar a cuidar e monitorar o bem-estar psicológico dessas pessoas, com respostas rápidas às demandas de saúde dos trabalhadores, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram o aplicativo ‘ SAÚDEANTAR-IA’.

O aplicativo, que combina Inteligência Artificial (IA), conectividade via satélite e teleatendimento especializado, e já está em uso na Estação Antártica Comandante Ferraz e em navios polares, será testado pelo Dr. Jairo Werner, psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), em acampamentos localizados em ilhas remotas da Antártica.

“O desenvolvimento do aplicativo, com o doutorando Gabriel Lins, foi motivado pela necessidade de respostas rápidas às demandas de saúde mental durante as expedições à Antártica. Diferentemente de outros sistemas, nossa plataforma não busca diagnosticar patologias, mas identificar perfis de vivência antártica. Ele funciona como um canal de expressão, ao possibilitar autorreflexão e assistência em tempo real”, explicou o professor.

O projeto tem como objetivos compreender as relações entre alterações no ciclo circadiano e os estados de humor, as representações sociais dos papéis desempenhados no ambiente antártico, investigar as estratégias de enfrentamento utilizadas por indivíduos em condições extremas de isolamento, desenvolver programas e protocolos específicos para preparação e assistência em saúde mental e oferecer suporte tanto individual quanto para o grupo diante de crises e situações de estresse.

O aplicativo emite alertas em caso de risco psicológico ao monitorar os perfis de sono, humor e sentimentos. Um chat integrado permite aos usuários solicitar atendimentos remotos com a equipe de psicologia e psiquiatria do projeto. “Estamos acompanhando relatos de como a ferramenta oferece segurança e amparo emocional, mesmo em condições extremas”, acrescentou o professor Jairo Werner.

Embora os resultados sejam animadores, os desafios de um dos lugares mais inóspitos para implementar um sistema digital exige superar problemas técnicos e logísticos. O professor destaca três grandes desafios enfrentados pela equipe: a conectividade, a confiabilidade dos equipamentos e a aderência dos usuários.

Os pesquisadores esperam que o novo aplicativo, como ferramenta tecnológica, contribua para o cuidado com a saúde mental em ambientes extremos.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor da Faculdade de Medicina da UFF
Doutorando em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pernambuco

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