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Método inovador oferece alternativas não tóxicas e não poluentes ao uso de defensivos agrícolas no Brasil
9 de dezembro de 2024, 10:08

Fonte

Marina Verjovsky, FAPERJ

Publicação Original

Áreas

Agricultura, Agronomia, Agropecuária, Gestão de Resíduos, Química Verde, Sustentabilidade, Toxicologia

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Resumo

Com foco na sustentabilidade e na redução do uso de agrotóxicos, uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) está conseguindo criar bioinseticidas naturais a partir de resíduos agropecuários.

A pesquisa, coordenada pela professora Dra. Evelize Folly das Chagas, utiliza a pirólise para transformar resíduos vegetais em biopesticidas. O método, tradicionalmente empregado para a produção de biocombustíveis como óleos e carvão, foi adaptado pela equipe da UFF para o novo propósito.

“O grupo do professor Gilberto Romeiro, nosso parceiro, já trabalhava com pirólise para estudos de bioenergia, mas descartava a parte líquida aquosa do processo”, relembrou a Dra. Evelize. “Fiquei curiosa sobre a composição desse descarte e descobrimos que ele possuía um grande potencial inseticida, com compostos que variam de acordo com o tipo de vegetal utilizado”, explicou a professora Evelize.

Entre os produtos desenvolvidos pelo laboratório destacam-se uma pastilha inseticida para preservação de grãos armazenados, assim como a segunda patente verde do grupo: um pó acaricida para o controle de carrapatos bovinos. Em testes laboratoriais, ambos os produtos mostraram eficácia de 99% a 100%, comprovando seu potencial para o mercado.

Os resultados promissores levaram à criação da startup AgroTechBio, liderada pela Dra. Juliana Santos de Andrade, que defendeu recentemente seu doutorado na UFF.

Com o apoio de outro edital lançado pela FAPERJ, a startup, em parceria com a UFF, trabalhará para aprimorar esses compostos e levá-los à comercialização, oferecendo alternativas sustentáveis e ecologicamente corretas para o controle de pragas.

O método desenvolvido pela equipe da UFF se destaca como uma solução promissora para o aproveitamento de resíduos que, de outra forma, seriam descartados no meio ambiente. “Estamos conseguindo gerar ativos valiosos e com múltiplas aplicações a partir de materiais que antes eram apenas lixo”, comemorou a professora Evelize.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Doutora em Ciências e Biotecnologia pela UFF

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