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Setor de emergência de hospital na Nigéria.
Fonte
Universidade da Cidade do Cabo
Publicação Original
Áreas
Resumo
Um novo estudo encontrou uma taxa preocupantemente alta de pacientes em estado grave em hospitais por todo o continente africano.
A ocorrência de doenças graves em pacientes internados em hospitais foi aproximadamente 25% maior do que a relatada em estudo semelhante em país de alta renda.
Dentre a população estudada, mais da metade dos pacientes graves não receberam cuidados essenciais, emergenciais e críticos que salvam vidas, como oxigênio, fluidos intravenosos e posicionamento correto.
Foco do Estudo
Estudo
Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo (UCT), na África do Sul, em colaboração com parceiros internacionais, revelou que um número alarmante de pacientes internados em hospitais na África estão gravemente doentes e morrem antes de receber o tratamento necessário. Trata-se do primeiro estudo epidemiológico em toda a África sobre doenças que requerem cuidados críticos.
Além da UCT, participaram do estudo pesquisadores da Muhimbili University of Health and Allied Sciences, na Tanzânia; da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, e também da comunidade global The Essential Emergency and Critical Care (EECC) Network.
No estudo, os pesquisadores usaram dados de quase 20.000 pacientes internados em 180 hospitais em 22 países do continente. Os pacientes foram classificados como ‘graves’ se os seus sinais vitais estivessem gravemente instáveis em acompanhamento por sete dias consecutivos.
Doença grave pode ser definida como um estado de saúde precário com disfunção de órgãos vitais [com] alto risco de morte iminente se o atendimento não for fornecido
Resultados
Aproximadamente 12,5% dos pacientes internados no continente africano estão gravemente doentes. Além disso, 21% desses pacientes morrem em até sete dias da admissão, em comparação com 2,7% dentre os que não estão gravemente doentes.
O Dr. Bruce Biccard, professor do Departamento de Anestesia e Medicina Perioperatória da UCT, disse que o estudo também descobriu que 69% dos pacientes graves são cuidados em enfermarias de hospitais gerais, em vez de unidades de terapia intensiva. E mais da metade dos pacientes graves pesquisados não receberam cuidados essenciais, emergenciais e críticos que salvam vidas, como oxigênio, fluidos intravenosos e posicionamento correto.
Segundo o professo Bruce Biccard, a pesquisa demonstrou que os hospitais em toda a África lutam com a terrível escassez de recursos, como infraestrutura, equipamentos, equipe, treinamento, diretrizes de tratamento, consumíveis e medicamentos – todos necessários para tratar pacientes graves de forma eficaz.
“Nossas descobertas sugerem uma alta incidência de mortes evitáveis por doenças críticas na África. Em muitos casos, a provisão de cuidados críticos básicos por meio da implementação equitativa e baseada em sistemas de cuidados essenciais de emergência e críticos pode ter impacto substancial nessas mortes evitáveis de pacientes”, concluiu o professor.
Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet.
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