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Intervenções terapêuticas precoces protegem contra a depressão
10 de janeiro de 2025, 14:05

Fonte

Paul Hellmich, Universidade Técnica de Munique

Publicação Original

Áreas

Assistência Social, Epidemiologia, Psicologia, Psiquiatria, Saúde Mental

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Resumo

O diagnóstico de depressão clínica é realizado quando sintomas como falta de motivação, dificuldade para dormir, perda de interesse e tristeza persistente atingem um limite predefinido.

“Normalmente, o tratamento para depressão só começa quando os sintomas atendem aos critérios clínicos”, disse o Dr. David Ebert, professor de Psicologia e Assistência Médica Mental Digital na Universidade Técnica de Munique (TUM). “No entanto, nos últimos anos, houve uma mudança no pensamento. Examinamos os estudos científicos existentes sobre o assunto para determinar se intervenções precoces podem prevenir transtornos depressivos.”

A equipe de pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) e da Universidade de Magdeburgo, na Alemanha, trabalhou em conjunto com colegas da Universidade da Cidade de Nagoya e da Universidade de Quioto, no Japão, e da Universidade Livre de Amsterdã, nos Países Baixos, revisando mais de 1.000 estudos internacionais para verificar a importância das intervenções precoces.

“Pela primeira vez, compilamos e analisamos dados anônimos sobre pacientes individuais de 30 desses estudos”, disse a Dra. Claudia Buntrock, professora do Instituto de Medicina Social e Pesquisa de Sistemas de Saúde da Universidade de Magdeburg. O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Psychiatry.

O metaestudo incluiu dados de cerca de 3.600 pessoas em grupos de tratamento e controle. Aqueles no grupo de tratamento participaram de intervenções terapêuticas para ‘sintomas subclínicos’ de uma depressão clínica. Essas intervenções – incluindo elementos de terapia comportamental, treinamento de resolução de problemas ou exercícios para dormir melhor – geralmente duravam entre seis e doze sessões e podiam ser conduzidas pessoalmente ou on-line.

Os resultados do metaestudo são claros: o risco de desenvolver depressão clínica foi reduzido em 42% nos primeiros seis meses após a intervenção em comparação ao grupo de controle. Após 12 meses, o risco ainda foi reduzido em 33%.

“A eficácia das medidas não pareceu depender de fatores como idade, nível de educação e gênero”, disse a professora Claudia Buntrock. No entanto, as intervenções foram geralmente mais bem-sucedidas se os participantes não tivessem sido tratados anteriormente para depressão.

Os pesquisadores concluíram que a prevenção pode fazer muita diferença na saúde mental. Intervenções precoces, mesmo aquelas realizadas on-line, podem evitar que pessoas com sintomas leves desenvolvam depressão clínica.

A equipe de pesquisa também ressaltou que as medidas preventivas devem ser integradas em cuidados de rotina.

Agora, mais estudos são necessários para determinar em que nível de sintomas depressivos as medidas preventivas são mais eficazes.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor de Psicologia e Assistência Médica Mental Digital na Universidade Técnica de Munique (TUM)
Professora do Instituto de Medicina Social e Pesquisa de Sistemas de Saúde da Universidade de Magdeburg

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