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Resumo
Um novo estudo coordenado pela Dra. Thais de Souza Rocha, professora do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), propõe soluções sustentáveis para o desperdício de alimentos, em especial o desperdício de grãos.
O projeto ‘Valorização e Aproveitamento de Grãos Defeituosos ou Envelhecidos: Fontes de Peptídeos Bioativos e Ingredientes Inovadores para Alimentos Funcionais’ apresenta uma ideia prática: não só aproveitar o que seria jogado fora, mas também agregar a esse produto descartável benefícios para a saúde.
Os grãos envelhecidos ou defeituosos a serem usados no projeto virão de culturas de soja, feijão, amendoim e grão-de-bico. A escolha desses grãos para o estudo não foi aleatória: todos eles possuem um elevado percentual de proteínas. Além disso, as produções paranaenses de feijão e de soja são robustas, pois o estado é o maior produtor de feijão do Brasil e o segundo maior produtor de soja.
O projeto pretende transformar grãos envelhecidos ou defeituosos em alimentos, principalmente farinhas, de elevado potencial nutricional e que sejam funcionais, ou seja, possuem substâncias que, não sendo essenciais para o corpo humano, trazem benefícios para a saúde, tais como ação antimicrobiana, antioxidante, antidiabética e anti-hipertensiva.
A professora Thaís Rocha salientou que, embora envelhecidos e defeituosos, os grãos não perdem o valor nutricional, tanto é que podem ser usados para ração animal. Entretanto, poderiam ser destinados aos seres humanos. “
A farinha será configurada de modo a permitir que nela estejam disponibilizados peptídeos bioativos para a absorção pelo organismo. Partículas pertencentes à estrutura de uma proteína, os peptídeos bioativos podem atuar de várias maneiras no corpo humano, como na regulação digestiva, no combate a inflamações e no sistema imunológico.
“O foco é a proteína, mais especificamente no peptídeo que está contido nessa proteína. É o benefício à saúde que vem dos peptídeos bioativos contidos nessas proteínas”, complementou a professora Thaís Rocha.
O desafio das pesquisas que estudam os peptídeos bioativos em alimentos funcionais é que não há uma certeza de que, após a digestão, o peptídeo esteja íntegro para ser absorvido pelo organismo. Isso porque, como os peptídeos bioativos são parte da estrutura da cadeia molecular de uma proteína, quando a proteína é digerida no trato intestinal, o peptídeo também pode ser quebrado junto com ela, fazendo com que seus benefícios à saúde se percam.
“Nós vamos produzir a farinha, o produto, de forma que a proteína esteja preparada para que, no processo de digestão, haja a liberação. Ela já vai estar pré-hidrolisada para isso, facilitando a digestão. Vamos verificar se o peptídeo ficou disponível para a absorção”, explicou a coordenadora do projeto.
O estudo foi contemplado no Programa Bolsas de Produtividade em Pesquisa pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e terá bolsistas de iniciação científica, de mestrado e doutorado.
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