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Resumo
Um estudo liderado por pesquisadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) permitiu medir, pela primeira vez, com grande precisão, a altura das maiores ondas internas solitárias — verdadeiras ‘ondas gigantes’ que se propagam no interior do oceano, praticamente invisíveis à superfície.
Isso só foi possível com a utilização de um novo sensor a bordo do satélite SWOT — uma missão conjunta da NASA e do CNES, o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França — que permite observar as ondas internas em 3D, com uma resolução sem precedentes.
Os pesquisadores também usaram um modelo matemático: a equação DJL (Dubreil–Jacotin–Long), criada nos anos 1930, agora usada, pela primeira vez, com aplicação à observação da Terra por satélite. A equação permite, com dados do satélite SWOT, calcular a estrutura completa das ondas internas: o seu tamanho, forma e as correntes que geram no interior da coluna de água.
Para validar estes resultados, os pesquisadores cruzaram estes dados com informação obtida in situ na Amazônia, onde se formam algumas das maiores ondas internas do planeta, que podem atingir 150 metros de altura — através de um equipamento para medição da temperatura em profundidade.
O estudo, publicado na revista científica Science of Remote Sensing, abre caminho para um novo método mais rápido, barato e preciso de medir a energia das ondas internas solitárias, dispensando medições in situ. “Com as imagens do satélite e a aplicação deste modelo, podemos medir estas ondas e conhecer a sua anatomia e impacto, contribuindo assim para um melhor conhecimento da dinâmica no oceano”, explicou o Dr. José Carlos Teixeira da Silva, professor do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da FCUP e primeiro autor do trabalho.
Conhecer melhor as propriedades destas ondas poderá ser a chave, por exemplo, para estudos sobre mudanças climáticas. Estas ondas provocam a mistura vertical de massas de água, transportando calor, salinidade e nutrientes entre camadas profundas e superficiais.
A mistura vertical das massas de água tem influência direta na circulação oceânica e na transferência de CO₂ entre o oceano e a atmosfera e saber a amplitude das ondas internas poderá ajudar a compreender a propagação de energia das ondas e melhorar os modelos de previsão climática e oceânica.
Além de cientistas de Portugal e da França, também participaram do estudo a Dra. Carina de Macedo, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e o Dr. Alex Costa da Silva, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Brasil.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Science of Remote Sensing (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade do Porto.
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