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Estudo mostra que o clima também pode alterar o risco de terremotos

Fonte

Paul Panckhurst, Universidade de Auckland

Publicação Original

Áreas

Ciência Ambiental, Clima, Geociências, Geografia, Modelagem Climática, Monitoramento Ambiental, Mudanças Climáticas, Saúde Ambiental, Sensoriamento Remoto, Sustentabilidade

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Resumo

A queda do nível da água em um dos maiores lagos da África, impulsionada pelas mudanças climáticas, levou a um aumento na atividade sísmica, de acordo com uma pesquisa liderada pelo Dr. James Muirhead, professor da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e pelo Dr. Christopher Scholz, professor da Universidade Syracuse, nos EUA.

Durante os últimos 6.000 anos, um declínio de 100 a 150 metros no nível do Lago Turkana diminuiu a pressão sobre a crosta terrestre, resultando em um aumento da atividade sísmica local, segundo os pesquisadores.

“Tendemos a pensar em terremotos e vulcões como sendo impulsionados puramente por forças profundas no interior da Terra. Mas o que estamos vendo aqui é que processos superficiais – como clima e precipitação – também desempenham um papel”, explicou o professor.

Quando os níveis dos lagos baixam, a crosta terrestre efetivamente ‘alivia’, reduzindo a pressão, o que significa que as falhas se movem com mais facilidade e a produção de magma sob os vulcões regionais aumenta, de acordo com o estudo publicado na revista Scientific Reports.

O estudo é a primeira evidência empírica desse efeito no Vale do Rift na África Oriental, afirmaram os cientistas. Mas estudos semelhantes na Islândia e no oeste dos Estados Unidos já tinham relacionado a diminuição do peso do gelo glacial ao aumento da atividade tectônica.

O Lago Turkana, no norte do Quênia, é o maior lago permanente em um deserto do mundo, com cerca de 250 km de comprimento e 30 km de largura, e está localizado no coração do Vale do Rift, na África Oriental, onde o continente africano está se separando lentamente. Pesquisadores da Universidade Syracuse coletaram dados em 27 falhas abaixo do lago.

“As mudanças climáticas, sejam elas causadas pelo homem ou não, provavelmente impactarão a probabilidade de futuras atividades vulcânicas e tectônicas no leste da África. No entanto, essas mudanças ocorrem em escalas de tempo geológicas, e não humanas, portanto seus efeitos seriam sutis e em grande parte imperceptíveis durante uma única vida ou mesmo ao longo de gerações”, destacou o professor James Muirhead.

“A ruptura continental é geralmente considerada um processo fundamentalmente enraizado na tectônica de placas. Nossa pesquisa mostrou que o rifteamento também é moldado por processos de superfície, incluindo o clima regional”, concluiu o professor Christopher Scholz.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Auckland
Professor da Universidade Syracuse

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