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Cientistas desenvolvem biomarcador preditivo para forma rara de leucemia

Fonte

Universidade de Liège

Publicação Original

Áreas

Biologia, Biomedicina, Biotecnologia, Engenharia Biológica, Epidemiologia, Hematologia, Imunologia, Medicina, Microbiologia, Oncologia, Virologia

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Resumo

O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) afeta mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a maioria dos portadores permaneça assintomática, uma minoria desenvolve complicações graves, como a leucemia de células T do adulto (ATL), muitas vezes décadas após a infecção inicial.

Até agora, não havia nenhuma ferramenta confiável para prever essa progressão. Mas uma nova e importante descoberta científica sobre um biomarcador preditivo representa um marco crucial no estudo dessa leucemia rara e abre caminho para intervenções terapêuticas mais precoces e monitoramento médico mais personalizado para pessoas que vivem com HTLV-1.

“Este biomarcador pode ajudar a identificar quais portadores de HTLV-1 têm maior probabilidade de desenvolver ATL agressiva”, explicou a Dra. Anne Van den Broeke, chefe de pesquisa em oncogênese viral no Instituto Jules Bordet, pesquisadora da Universidade de Liège, na Bélgica, e autora principal do estudo. “Pela primeira vez, temos uma ferramenta que pode prever essa progressão anos, até mesmo décadas, antes do aparecimento dos sintomas”, destacou a pesquisadora.

O estudo utilizou dados de uma coorte de pacientes japoneses acompanhada desde 2002, dando aos pesquisadores acesso a um biobanco de amostras excepcionalmente valioso, coletadas ao longo de mais de duas décadas.

Usando técnicas avançadas de sequenciamento, os pesquisadores belgas desenvolveram uma pontuação preditiva chamada Uniformidade da Clonalidade Viral (VCE). Essa pontuação mede a uniformidade da distribuição do vírus nas células do paciente e é um indicador-chave do risco de transformação cancerosa.

Além de identificar indivíduos de alto risco que poderiam se beneficiar de cuidados preventivos, a pontuação VCE também proporcionará tranquilidade a cerca de 80% dos portadores atualmente considerados ‘em risco’ pelas ferramentas existentes, embora nunca venham a desenvolver a doença, um avanço significativo para sua qualidade de vida.

A descoberta responde diretamente ao apelo feito em 2024 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que enfatizou a necessidade urgente de desenvolver biomarcadores diagnósticos e prognósticos para melhorar o atendimento global às pessoas que vivem com HTLV-1.

O escore VCE está sendo avaliado para implementação clínica em diversas regiões endêmicas para HTLV-1, bem como em populações de risco em todo o mundo.

O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Microbe.

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Autores/Pesquisadores Citados

Chefe de pesquisa em oncogênese viral no Instituto Jules Bordet e pesquisadora da Universidade de Liège

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