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Quatro das partes mais importantes do sistema climático da Terra, dentre elas a floresta amazônica, estão perdendo estabilidade
4 de outubro de 2025, 16:12

Fonte

Moritz Müller, Centro de Comunicação Corporativa da TUM

Publicação Original

Áreas

Ciência Ambiental, Clima, Geociências, Geografia, Gestão Ambiental, Governança Ambiental, Modelagem Climática, Monitoramento Ambiental, Mudanças Climáticas, Oceanografia, Saúde Ambiental, Sensoriamento Remoto, Sustentabilidade

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Resumo

Um estudo científico internacional baseado em dados observacionais e publicado na revista científica Nature Geoscience analisou a estabilidade do sistema climático global e não chegou a resultados animadores.

Os pesquisadores mostraram os sinais de alerta para a desestabilização da camada de gelo da Groenlândia, da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), da floresta amazônica e do sistema de monções da América do Sul.

“Agora temos evidências observacionais convincentes de que várias partes interconectadas do sistema terrestre estão se desestabilizando”, afirmou o Dr. Niklas Boers, professor da Universidade Técnica de Munique (TUM) e autor principal do estudo.

“Isso significa que esses sistemas podem estar se aproximando de limites críticos que, se ultrapassados, podem desencadear mudanças abruptas e irreversíveis com consequências graves”, acrescentou o Dr. Tim Lenton, professor da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

A principal preocupação dos pesquisadores é que esses sistemas climáticos não sejam isolados. Os sistemas interagem entre si por meio dos oceanos e da atmosfera, o que pode levar a interações e realimentações. Na pior das hipóteses, isso os desestabiliza e intensifica as consequências negativas para o sistema climático global. Ao mesmo tempo, esses efeitos podem mascarar sinais de alerta genuínos e tornar os pontos de inflexão ainda mais difíceis de prever.

“Ao contrário de estudos anteriores que se concentram em componentes individuais do sistema terrestre, esta nova pesquisa se aprofunda para analisá-los em conjunto como parte de um sistema maior e interconectado”, acrescentou o Dr. Teng Liu, pesquisador da TUM e coautor do estudo.

Embora os modelos climáticos atuais ainda não sejam capazes de simular essas dinâmicas complexas de forma confiável, dados empíricos oferecem uma maneira importante de monitorar as mudanças já em andamento.

Para identificar e rastrear sinais de desestabilização, os pesquisadores desenvolveram um método matemático que analisa como os sistemas se recuperam de perturbações. A aplicação desse método a dados empíricos revela a perda contínua de estabilidade em componentes-chave do sistema terrestre.

“Embora os limites exatos nos quais os pontos de inflexão podem ser ultrapassados ​​permaneçam altamente incertos, as evidências apontam claramente para um risco crescente à medida que as temperaturas sobem. A cada décimo de grau adicional de aquecimento, a probabilidade de ultrapassar um ponto de inflexão aumenta. Isso por si só deveria ser um argumento poderoso para a redução imediata e decisiva das emissões de gases de efeito estufa”, enfatizou o professor Niklas Boers.

Além da redução das emissões, os pesquisadores defendem o desenvolvimento de um sistema de monitoramento global para rastrear a estabilidade dos principais componentes do sistema terrestre.

Observações por satélite, particularmente da vegetação e do derretimento do gelo, podem desempenhar um papel central. O novo estudo não apenas ressalta a urgência de construir tal sistema, como também fornece a estrutura metodológica para apoiá-lo.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor da Universidade Técnica de Munique (TUM)
Professor da Universidade de Exeter
Pesquisador de pós-doutorado na Universidade Técnica de Munique (TUM)

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