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Molécula derivada do leite fortalece saúde intestinal mesmo com dieta do tipo ocidental
29 de setembro de 2025, 12:29

Fonte

Ingrid Söderbergh, Universidade Umeå

Publicação Original

Áreas

Biologia, Biotecnologia, Biotecnologia Alimentar, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Engenharia de Alimentos, Indústria Alimentícia, Microbiologia, Nutrição Clínica, Nutrição Funcional, Nutrição Materno Infantil, Probióticos

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Resumo

Uma ‘dieta ocidental’ – rica em gordura e pobre em fibras – pode enfraquecer a mucosa intestinal e aumentar o risco de infecção e inflamação.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Umeå, na Suécia, identificaram uma molécula derivada do leite que pode fortalecer significativamente a função da mucosa intestinal e abrir caminho para novas estratégias alimentares.

“Nosso estudo mostrou que uma molécula derivada do leite pode atuar como um substrato chamariz para bactérias que degradam o muco, o que ajuda a proteger a barreira mucosa do hospedeiro mesmo em condições de deficiência de fibras”, explicou o Dr. Björn Schröder, pesquisador do Departamento de Biologia Molecular da Universidade Umeå e líder do estudo.

A molécula que os pesquisadores identificaram é o glicomacropeptídeo de caseína (CGMP), uma proteína com moléculas de açúcar que ocorre naturalmente no soro de queijos.

Em estudos com camundongos alimentados com uma ‘dieta ocidental’, o Dr. Björn Schröder e sua equipe conseguiram demonstrar que o CGMP tem vários efeitos positivos no intestino: estimula a produção de muco, torna a parede intestinal menos permeável e favorece o crescimento de bactérias benéficas – especialmente a Bifidobacterium.

Os efeitos dependeram da quantidade de açúcar ligada à molécula, uma modificação chamada sialilação.

Os pesquisadores também observaram que o CGMP aumentou a quantidade de ácidos graxos de cadeia curta no intestino, especialmente o propionato. Este ácido graxo é conhecido por fortalecer a barreira protetora intestinal e contribuir para uma mucosa saudável.

“Este é um exemplo claro de como algo que comemos pode afetar positivamente a interação entre o corpo e as bactérias intestinais”, afirmou a Dra. Supapit Wongkuna, pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Biologia Molecular da Universidade Umeå e primeira autora do estudo.

O estudo foi conduzido em colaboração com a Arla Foods Ingredients, na Dinamarca, uma empresa global de ingredientes lácteos. A colaboração foi crucial para que os pesquisadores tivessem acesso a frações de CGMP personalizadas com diferentes níveis de sialilação.

“Temos orgulho de poder apoiar pesquisas que investigam o potencial de proteínas do soro do leite para a promoção da saúde. Este estudo demonstra que o CGMP tem um valor que vai muito além de seus usos tradicionais”, afirmou a Dra. Ann Bjørnshave, gerente de projetos da Arla Foods Ingredients.

A pesquisa destacou a possibilidade de reutilizar compostos lácteos como suplemento alimentar prebiótico.

“Vemos uma oportunidade muito promissora não apenas para neutralizar os efeitos negativos da dieta ocidental, mas também para promover ativamente a saúde e o bem-estar intestinal”, concluiu o Dr. Björn Schröder.

Os resultados foram publicados na revista científica Food Research International.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisador do Departamento de Biologia Molecular da Universidade Umeå
Pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Biologia Molecular da Universidade Umeå
Gerente de projetos da Arla Foods Ingredients

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