
Anne Kinnunen, Universidade Aalto
Sensor espectral da Agate Sensors
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Universidade Aalto
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Resumo
Mais de uma década de pesquisa básica realizada na Universidade de Aalto, na Finlândia, permitiu o desenvolvimento de uma nova tecnologia de sensores hiperespectrais que culminou na startup Agate Sensors.
Com um investimento significativo recebido recentemente, a empresa pretende entregar sensores – minúsculos e com baixo custo – que utilizam uma ampla porção do espectro eletromagnético, permitindo detectar inúmeras propriedades invisíveis, como os níveis de nutrientes em plantas ou resíduos de pólvora em roupas.
A tecnologia – que pode ser integrada a smartphones, smartwatches, drones, satélites e muitos outros dispositivos e equipamentos – inclui algoritmos proprietários e deve estar disponível em breve.
A Agate Sensors, uma startup iniciada na Universidade Aalto, na Finlândia, desenvolveu uma nova tecnologia de sensores hiperespectrais, oferecendo a precisão de dispositivos de imagem grandes e caros em um formato pequeno o suficiente para caber em smartwatches e celulares. A inovação abre novas oportunidades em áreas como monitoramento de saúde e controle de qualidade de alimentos.
O olho humano e as câmeras típicas de celulares conseguem detectar apenas três faixas de comprimento de onda do espectro luminoso: vermelho, verde e azul. “Isso é apenas uma fração da informação contida na luz”, disse o Dr. Mikael Westerlund, Diretor de Negócios da empresa.
A Agate Sensors desenvolveu tecnologia que leva o poder da imagem hiperespectral do laboratório para mercados totalmente novos — em um tamanho e faixa de preço sem precedentes.
Câmeras e sensores hiperespectrais registram significativamente mais dados sobre o comprimento de onda e a intensidade da luz do que o olho humano ou uma câmera padrão. A tecnologia permite a utilização de uma porção mais ampla do espectro eletromagnético, permitindo detectar inúmeras propriedades invisíveis — desde níveis de nutrientes em plantas até resíduos de pólvora em roupas.
Tradicionalmente, as câmeras hiperespectrais dependem de grandes componentes ópticos e mecânicos para dispersar e filtrar a luz. Mas a versão da Agate Sensors cabe na ponta de um dedo — e foi projetada para ser acessível o suficiente para que um dia possa ser incluída em todos os smartphones, por exemplo.
Em 2022, o Dr. Zhipei Sun, professor de Fotônica na Universidade Aalto, e sua equipe já tinham publicado os primeiros resultados da nova tecnologia na revista Science, mostrando que era possível substituir os componentes volumosos e frágeis das câmeras hiperespectrais tradicionais por uma minúscula estrutura semicondutora, onde a luz é dispersada por tensão elétrica em vez de filtros e prismas.
O tamanho de um único pixel receptor de luz é de 2 por 2 micrômetros e dezenas de milhões deles podem ser agrupados lado a lado em um circuito semicondutor. A luz é analisada por um algoritmo que nós mesmos desenvolvemos
Além de smartphones, o novo sensor espectral da Agate Sensors pode ser integrado a smartwatches, drones, satélites e muitos outros dispositivos e equipamentos, em uma grande diversidade de aplicações.
“No futuro, você poderá usar seu celular para verificar se um abacate está maduro ou o frescor de um peixe no supermercado. Um médico remoto poderá usar dados de um smartwatch para monitorar seus níveis de estresse, pressão arterial ou deficiência de ferro. Atletas de ponta poderão monitorar seus níveis de lactato e também poderá ser monitorada a condição das árvores em uma floresta usando drones”, prevê o empreendedor.
Embora a inovação só tenha sido alcançada depois de mais de uma década de pesquisa básica, o crescimento da empresa foi rápido. A equipe de cofundadores cresceu para 14 pessoas, incluindo especialistas em nanotecnologia, fotônica, óptica, software, desenvolvimento de algoritmos e comercialização – de vários países.
Recentemente, a startup recebeu um investimento de € 5,6 milhões (cerca de R$ 35 milhões), que deve viabilizar avanços ainda mais rápidos. O primeiro circuito semicondutor deve entrar em produção em apenas algumas semanas.
“Em cinco anos, esperamos que os primeiros grandes fabricantes de celulares tenham nossos sensores integrados em seus dispositivos, e estaremos nos aproximando de um bilhão de euros em receita. A maior parte disso virá de software — os insights e dados fornecidos por nossos algoritmos — não dos próprios sensores. Tecnologia em saúde e defesa provavelmente serão as maiores áreas de aplicação”, concluiu o Dr. Mikael Westerlund.
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