
Fonte
Annabel Mansfield, Universidade da Austrália Meridional
Publicação Original
Áreas
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Resumo
Na Austrália, um estudo acompanhou mais de uma centena de adultos durante três meses, para observar os efeitos da alimentação saudável não só sobre a perda de peso mas também diretamente sobre a redução da dor musculoesquelética crônica.
Ao longo dos três meses, os participantes melhoraram a qualidade da dieta – por meio do consumo de mais frutas, vegetais, grãos integrais e carnes magras/alternativas – e reduziram o consumo de alimentos discricionários e álcool.
Com isso, os participantes tiveram a dor musculoesquelética crônica reduzida de 50% para 24% e relataram menor intensidade da dor e melhor qualidade de vida relacionada à dor.
Modelos matemáticos estimaram o efeito da intervenção dietética sobre a dor crônica e a proporção mediada por mudanças na adiposidade.
Foco do Estudo
Estudo
Na Austrália, um novo estudo considerou dados de 104 adultos australianos, com idade entre 25 e 65 anos, que viviam com sobrepeso ou obesidade (IMC entre 27,5 e 34,9 kg/m²) que completaram uma intervenção dietética de três meses visando restrição energética de 30%.
Os pesquisadores consideraram as medidas iniciais e finais da qualidade da dieta (segundo o Índice de Diretrizes Dietéticas (DGI)), presença de dor musculoesquelética crônica, qualidade de vida relacionada à dor segundo aescala de dor corporal Short-Form-36, gravidade da dor segundo o Questionário McGill de Dor e adiposidade (peso, circunferência da cintura e porcentagem de gordura corporal.
Modelos lineares mistos estimaram o efeito da intervenção dietética sobre a dor musculoesquelética crônica e a proporção mediada por mudanças na adiposidade.
O estudo foi publicado na revista científica European Journal of Nutrition.
Embora a perda de peso ajude muitas pessoas, este estudo sugere que melhorar a qualidade da dieta também alivia a intensidade da dor. Esta é uma descoberta muito promissora para pessoas que vivem com dor crônica
Resultados
Os pesquisadores descobriram que pessoas que melhoraram a qualidade da dieta ao longo do período de três meses relataram muito menos dores articulares e musculares, com os benefícios não sendo explicados apenas pela perda de peso.
Os resultados desafiam as suposições comuns de que a perda de peso é a principal forma de reduzir a dor musculoesquelética crônica, destacando o poder da qualidade da dieta na gestão da saúde e do bem-estar.
Sue Ward, doutoranda na Universidade da Austrália Meridional (UniSA Austrália) e pesquisadora principal do estudo, afirmou que os resultados abrem novas portas para estratégias de gerenciamento da dor: “A dor musculoesquelética crônica é uma das condições mais comuns e debilitantes em todo o mundo. Embora o excesso de peso seja frequentemente considerado um fator de estresse nas articulações e causador da dor, nosso estudo mostra que o que você come pode influenciar de forma independente a dor crônica”.
A intervenção dietética de três meses conseguiu reduzir a ingestão energética dos participantes em mais de 30% (de cerca de 2.200 kcal para pouco menos de 1.400 kcal dia), seguindo as Diretrizes Dietéticas Australianas.
Ao longo dos três meses, os participantes não apenas melhoraram a qualidade da dieta (por meio do consumo de mais frutas, vegetais, grãos integrais e carnes magras/alternativas), mas também reduziram o consumo de alimentos discricionários e álcool.
Especificamente, os participantes melhoraram a qualidade da dieta em 22%, tiveram a dor musculoesquelética crônica reduzida de 50% para 24% e relataram menor intensidade da dor e melhor qualidade de vida relacionada à dor. A maioria dos participantes também perdeu cerca de sete quilos de peso corporal.
Nos participantes que apresentavam dor, os pesquisadores descobriram que, apesar das mudanças no peso, circunferência da cintura e gordura corporal, as melhorias na intensidade da dor estavam diretamente relacionadas à melhora na qualidade da dieta.
O estudo destacou o papel vital da nutrição no controle da dor crônica e se soma a um crescente conjunto de evidências de que uma alimentação saudável contribui para a saúde física e mental.
Comer bem não se trata apenas de prevenção de doenças em longo prazo – também pode ter um impacto imediato e tangível em como nos sentimos no dia a dia. Este estudo mostra que adotar uma dieta mais saudável pode levar a reduções significativas na dor, o que melhora o bem-estar geral
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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