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Universidade de Oxford
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Resumo
No Reino Unido, pesquisadores acompanharam, durante 6 anos, mais de 4.800 pacientes encaminhados a um programa de diagnóstico rápido do Serviço Nacional de Saúde (NHS) com suspeita de câncer, porém com sintomas não específicos.
Deste total de pacientes, 8,8% foram diagnosticados com câncer, principalmente câncer de pulmão, pâncreas, mama, linfoma não Hodgkin e colorretal. Outros 10,9% receberam diagnósticos graves não relacionados ao câncer.
O estudo mostrou que certas combinações de sintomas e anormalidades nos exames aumentaram significativamente a probabilidade de um diagnóstico de câncer.
O diagnóstico precoce de câncer pode salvar milhares de vidas a cada ano e reduzir significativamente os custos de tratamento para os sistemas de saúde.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Muitas pessoas relatam sintomas que podem estar ligados ao câncer, mas também a várias outras doenças: são os chamados sintomas não específicos.
Muitas vezes, realizar o diagnóstico precoce de câncer (ou não) em pessoas com esses sintomas não específicos é difícil, leva tempo e consome recursos do sistema de saúde.
Portanto, é importante que os sistemas de saúde na atenção primária estejam preparados para poder identificar, com os melhores recursos científicos, um potencial diagnóstico, seja de câncer ou de outra doença qualquer.
Estudo
No Reino Unido, um novo estudo de coorte prospectivo forneceu a análise mais abrangente até o momento sobre uma possibilidade de diagnóstico precoce de câncer para pacientes que apresentam sintomas não específicos (SNE), como perda de peso inexplicável ou fadiga.
Esses sintomas podem indicar uma ampla gama de condições, desde doenças benignas até cânceres em estágio avançado, tornando o diagnóstico oportuno e preciso um desafio significativo na atenção primária.
O estudo, publicado na revista científica The Lancet Primary Care, acompanhou mais de 4.800 pacientes encaminhados para o UK Suspected CANcer (SCAN) Pathway – um programa de diagnóstico rápido do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, focado em pacientes com sintomas não específicos ou vagos – entre 2017 e 2023.
O estudo teve a participação de pesquisadores de vários departamentos e institutos da Universidade de Oxford e também do Oxford University Hospitals Foundation Trust.
O diagnóstico precoce de cânceres pode salvar milhares de vidas a cada ano e reduzir significativamente os custos de tratamento para os sistemas de saúde, visto que o tratamento do câncer em estágio avançado é consideravelmente mais caro.
Nossas descobertas reforçam o valor de vias de sintomas não específicas, como a SCAN, na identificação de cânceres de difícil diagnóstico, mas também destacam o número considerável de achados incidentais que podem exercer pressão adicional sobre os sistemas de saúde. Este estudo fornece insights vitais para médicos, coordenadores e formuladores de políticas que buscam aprimorar o diagnóstico precoce sem sobrecarregar os serviços
Resultados
Ao longo dos seis anos monitorados, 8,8% dos pacientes foram diagnosticados com câncer, mais comumente de pulmão, pâncreas, mama, linfoma não Hodgkin e colorretal. Outros 10,9% receberam diagnósticos graves não relacionados ao câncer.
Os pesquisadores também relataram que 19,3% dos pacientes apresentaram achados incidentais clinicamente significativos, ressaltando a complexidade e a demanda por recursos nesses casos.
De modo geral, certas combinações de sintomas e anormalidades nos exames aumentaram significativamente a probabilidade de um diagnóstico de câncer. Por exemplo, níveis anormais de CA125 – uma proteína encontrada no sangue que pode ser usada como biomarcador para detectar alguns tipos de câncer – apresentaram um valor preditivo positivo de 29,7% para câncer.
O período estendido do estudo também permitiu aos pesquisadores avaliar como as características dos pacientes, os desfechos e o desempenho das vias evoluíram desde a fase piloto inicial até a integração completa aos cuidados de rotina do NHS.
Essas evidências reforçaram a importância de alocar recursos adequados para casos de sintomas não específicos, especialmente à medida que modelos diagnósticos semelhantes são adotados no Reino Unido e internacionalmente. O estudo também sugere mais pesquisas sobre a relação custo-efetividade dessas ações, particularmente à luz do número substancial de achados não oncológicos e da ausência de mudança de estágio nos cânceres diagnosticados.
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Autores/Pesquisadores Citados
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