Notícia com publicação científica
Pesquisadores desenvolvem nova plataforma para testes de anticorpos em alto volume
Pesquisadores construíram perfis exatos das ligações de cada anticorpo, o que ajuda a identificar os melhores candidatos para o desenvolvimento de um tratamento

Wenhao ‘Owen’ Ouyang, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Pesquisadores de Illinois analisaram como os anticorpos se ligam à proteína hemaglutinina, presente no vírus da gripe.

8 de setembro de 2025, 12:16

Fonte

Liz Ahlberg Touchstone, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Publicação Original

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Áreas

Bioinformática, Biologia, Biomedicina, Bioquímica, Biotecnologia, Desenvolvimento de Fármacos, Engenharia Biológica, Imunologia, Imunoterapia, Indústria Farmacêutica, Vacinas

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Resumo

Nos EUA, pesquisadores criaram uma nova plataforma que promete acelerar estudos e testes com anticorpos. Fundamentais no sistema imunológico, em imunoterapias e também no desenvolvimento de vacinas, os anticorpos ainda são um desafio em termos de estudos em escala.

Agora, o novo método – que pode construir e testar rapidamente um grande número de anticorpos de uma só vez – pode acelerar drasticamente a pesquisa de anticorpos e o desenvolvimento de novos tratamentos.

Com o uso da plataforma, os cientistas já descobriram aspectos comuns de como os anticorpos se ligam a variantes de uma proteína-alvo essencial da gripe.

Foco do Estudo

Acelerar estudos e testes com anticorpos.

Por que é importante?

Os anticorpos são fundamentais para o sistema imunológico, em imunoterapias e também no desenvolvimento de vacinas, mas estudá-los é caro, trabalhoso e consome bastante tempo.

Tradicionalmente, os anticorpos são sintetizados e estudados um de cada vez — uma perspectiva bastante limitada, considerando que o corpo pode produzir trilhões de anticorpos diferentes.

“Em um laboratório de pesquisa, cada anticorpo pode levar de semanas a meses para ser produzido e analisado por uma pessoa. Então, nos perguntamos: como podemos ampliar isso de forma a compreender melhor essa classe extremamente diversa de moléculas?”, disse Wenhao Ouyang, doutorando na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.

Estudo

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos EUA, desenvolveram um novo método de alto volume que pode construir e testar rapidamente um grande número de anticorpos de uma só vez.

Com o novo método, os cientistas já descobriram aspectos comuns de como os anticorpos se ligam a variantes de uma proteína-alvo essencial da gripe.

Chamado de oPool+ display, o método pode acelerar drasticamente a pesquisa de anticorpos e o desenvolvimento de novos tratamentos, imunoterapias e vacinas, disse o Dr. Nicholas Wu, professor de Bioquímica e também da Escola de Medicina da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.

As descobertas foram publicadas na revista científica Science Translational Medicine. Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade Case Western Reserve e da Universidade do Colorado Anschutz, nos EUA.

Mais de 150 diferentes terapias com anticorpos aprovadas pela [agência regulatória dos EUA] FDA estão sendo usadas em ambientes clínicos para tratar doenças que vão desde câncer a doenças infecciosas e autoimunes. Com um método rápido e de alto rendimento como o nosso, se pudermos buscar um candidato a anticorpo que seja realmente eficaz contra uma determinada doença, ele terá grande potencial para se tornar uma terapia eficaz

Wenhao ‘Owen’ Ouyang, doutorando na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e primeiro autor do estudo

Resultados

Com o monitor oPool+ display, os pesquisadores construíram perfis exatos das ligações de cada anticorpo, o que ajuda a identificar os melhores candidatos para o desenvolvimento de um tratamento. Eles também identificaram características da atividade do anticorpo hemaglutinina – um alvo imunológico importante da gripe – que eram compartilhadas entre anticorpos de muitas pessoas.

“Esta é uma das principais áreas de pesquisa para a vacinação contra a gripe, porque gostaríamos de ter uma vacina que funcionasse para todos”, disse Wenhao ‘Owen’ Ouyang, doutorando na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e  primeiro autor do estudo. “Cada um dos nossos sistemas imunológicos é, na verdade, bastante diferente, então às vezes é difícil ter uma vacina amplamente eficaz, apenas por causa das diferenças intrínsecas entre nossos corpos. Com esta plataforma, encontramos essas características comuns de anticorpos entre diferentes indivíduos muito rapidamente”, continuou.

Como próximos passos da pesquisa, os pesquisadores planejam expandir ainda mais a capacidade do monitor oPool+ display de centenas para milhares ou até dezenas de milhares de anticorpos. A plataforma também poderá ser usada para caracterizar anticorpos contra muitos outros patógenos, sejam vírus, bactérias ou até mesmo câncer.

“Se houver outro patógeno misterioso no futuro que surja como a COVID-19, uma vez identificados os alvos no patógeno, poderemos caracterizar toda a resposta de anticorpos contra ele de forma muito rápida e identificar rapidamente candidatos para tratamentos com anticorpos ou vacinas”, disse Wenhao Ouyang.

Os pesquisadores também planejam usar o display monitor oPool+ display para validar e refinar modelos de inteligência artificial que sugerem estruturas de anticorpos com base em um antígeno-alvo.

Em vez de analisar um anticorpo de cada vez, essa abordagem nos permitiu avaliar milhares de interações anticorpo-antígeno em apenas alguns dias. Isso não apenas acelerou significativamente o ritmo da nossa pesquisa, como também reduziu o custo, tanto de materiais quanto de mão de obra. Podemos reduzir de 80% a 90% do custo apenas com materiais e suprimentos

Dr. Nicholas Wu, professor de Bioquímica da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

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Autores/Pesquisadores Citados

Wenhao ‘Owen’ Ouyang

doutorando na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Dr. Nicholas Wu

Professor de bioquímica da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Publicação

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a revista científica Science Translational Medicine (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (em inglês).

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