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Cientistas transformam resíduos marinhos em bioadesivo ultrarresistente
5 de agosto de 2025, 09:35

Fonte

Claire Loewen, Universidade McGill

Publicação Original

Áreas

Bioengenharia, Biologia, Biomateriais, Biomecânica, Biotecnologia, Dispositivos Vestíveis, Engenharia Biológica, Engenharia Biomédica, Nanotecnologia

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Resumo

Uma equipe interdisciplinar de pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, desenvolveu uma bioadesivo ultrarresistente e ecologicamente correto  a partir de resíduos marinhos.

A descoberta tem aplicações promissoras para o tratamento de feridas, cirurgias, administração de medicamentos, dispositivos vestíveis e implantes médicos.

“Ser capaz de produzir adesivos que possam fechar feridas ou fazer com que algo adira fortemente à pele é fundamental para muitas intervenções médicas”, disse a Dra. Audrey Moores, professora do Departamento de Química da Universidade McGill e autora sênior do estudo, juntamente com o Dr. Jianyu Li, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade McGill.

“Muitos produtos bioadesivos existentes são baseados em compostos tóxicos, embora, em geral, haja a necessidade de explorar novos materiais que demonstrem alta adesão e forte resistência à fadiga, ou a capacidade de se manterem firmes mesmo se forem separados repetidamente”, continuou a professora.

O novo bioadesivo é composto de quitosana, uma forma quimicamente modificada de quitina, o bloco de construção natural encontrado nos exoesqueletos de moluscos e certos fungos.

Os pesquisadores modificaram a quitosana para ter um formato específico  usando um processo mecanoquímico pioneiro, desenvolvido em estudos anteriores.

“Manipulamos quimicamente esse material para transformá-lo em nanoquitosana, que possui uma gama de propriedades diferentes que podemos refinar. Usando esse nanomaterial, podemos produzir o nanoadesivo”, disse a Dra. Audrey Moores.

Para aplicar o nanoadesivo, os pesquisadores utilizaram uma tecnologia de ultrassom exclusiva desenvolvida pelo grupo. Quando expostas a ondas sonoras, as nanoestruturas não apenas aderem firmemente à pele, como também se entrelaçam, formando uma estrutura rígida e resiliente que aumenta significativamente a resistência e a durabilidade do adesivo.

“Ficamos surpresos ao ver que o ultrassom foi fundamental para produzir um adesivo forte. Embora nossa estratégia inicial fosse fazer o nanoadesivo aderir à pele, também descobrimos que o ultrassom ajudou a construir uma rede complexa e interconectada de nossas nanoestruturas”, destacou a professora.

O bioadesivo também é totalmente biocompatível, mesmo para pessoas com alergia a frutos do mar.

“Pessoas alérgicas a frutos do mar não são alérgicas à quitina, mas às proteínas. Podemos removê-las no processo de fabricação e evitar reações alérgicas”, concluiu a pesquisadora.

Os resultados foram publicados na revista científica Nature Communications.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Departamento de Química da Universidade McGill
Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade McGill

Instituições Citadas

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