
Fonte
Fernanda Pires, Universidade de Michigan
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Resumo
Uma nova pesquisa nos EUA procurou identificar a quantidade de famílias possivelmente afetadas pela demência de algum parente próximo, incluindo familiares fora do núcleo de pais e filhos.
Os pesquisadores apontaram que cerca de 21% dos idosos com mais de 65 anos têm demência nos EUA e 37% das famílias extensas de adultos com 65+ têm algum idoso com demência.
Esses dados são importantes porque envolvem a probabilidade de familiares se tornarem cuidadores ou então da família precisar investir em cuidadores externos ou em instituições de longa permanência.
Foco do Estudo
Estudo
Um novo estudo conduzido por pesquisadoras da Universidade de Michigan, nos EUA, mostrou novas estimativas de demência entre famílias de idosos no país.
“Descobrimos que um número substancial de famílias é potencialmente afetado pela experiência de ter um parente com demência”, disse a Dra. Esther Friedman, socióloga e professora da Universidade de Michigan.
Após revisar a literatura existente, a professora Esther Friedman, a Dra. Sarah Patterson e a Dra. Vicki Freedman, também pesquisadoras da Universidade de Michigan, encontraram uma lacuna significativa: não havia estimativas nacionais sobre a probabilidade de ter um idoso com demência em casa, na família imediata ou na família extensa (que inclui parentes próximos além do núcleo familiar de pais e filhos).
Esses dados são importantes pois, nesse casos de parentes com demência, os familiares têm grande probabilidade de se tornarem cuidadores. Compreender esse ‘grupo’ de potenciais cuidadores é crucial para o desenvolvimento e a implementação de intervenções e sistemas de apoio eficazes, destacou a professora.
“Com o envelhecimento da população dos EUA, torna-se cada vez mais importante saber como fazer parte de um domicílio, família imediata e família extensa de um idoso com demência afetará a vida dos indivíduos, das famílias e da sociedade”, destacou a pesquisadora.
Mesmo muito antes de os familiares começarem a atuar como cuidadores de um parente, eles já podem estar se preparando para prestar cuidados. Talvez se mudando para mais perto de pais com demência ou mudando o horário de trabalho. Isso pode afetar as decisões sobre cuidados de longa duração, a alocação de recursos para serviços e apoios de longa duração pagos ou o planejamento para a possibilidade futura de demência
Resultados
O estudo da Universidade de Michigan, nos EUA, cerca de 26% dos domicílios e famílias imediatas de idosos no país incluem um indivíduo com demência – o que muitas vezes exige que parentes assumam papéis inesperados de cuidado.
Esse número sobe para 37% entre famílias extensas de adultos com 65+ (65 anos ou mais). Em geral, cerca de 21% dos idosos com 65+ têm demência.
Pesquisas têm indicado que as redes de cuidadores que auxiliam idosos com demência são geralmente maiores e mais propensas a incluir familiares além do núcleo familiar. Mesmo que alguns membros da família extensa sejam menos propensos a atuar como cuidadores diretos, ter um parente com demência ainda pode afetá-los.
Quantificar esse impacto mais amplo sobre as famílias extensas é crucial para garantir que os sistemas de apoio sejam projetados para atender às necessidades reais de milhões de famílias afetadas, de acordo com a pesquisadora.
Perguntar se as pessoas vivem com ou têm um parente fora do domicílio com demência durante as consultas de atenção primária pode ser uma maneira de identificar indivíduos em risco de serem cuidadores e enfrentarem os riscos de saúde associados.
Com os esforços para integrar o cuidado aos pacientes com o apoio aos seus cuidadores, será cada vez mais importante que os profissionais médicos entendam toda a rede de potenciais cuidadores, concluiu a Dra. Esther Friedman.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Alzheimer’s & Dementia.
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Autores/Pesquisadores Citados
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