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Enzimas são vitais para o metabolismo e para inúmeros processos biológicos em humanos, plantas e indústrias. No entanto, quando ficam sobrecarregadas pelo excesso de substrato, algumas enzimas desaceleram — um mecanismo conhecido como inibição do substrato. Isso pode prejudicar a eficácia de medicamentos e a eficiência em processos industriais.
Até o momento, ainda não se conhece completamente todos os detalhes da inibição do substrato. Cientistas acreditam que o mecanismo serve como regulador dentro das células — mas também pode ter efeitos colaterais.
“Experimentos de laboratório com certos medicamentos sugerem que a inibição do substrato pode afetar o funcionamento de medicamentos”, disse o Dr. Wilfried Schwab, professor de Biotecnologia de Produtos Naturais na Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha. “Quando as concentrações do medicamento são muito altas, a reação pode ficar mais lenta.” O mesmo princípio pode afetar a eficiência em áreas como a produção de alimentos, por exemplo.
Recentemente, o professor Wilfried Schwab e sua equipe de pesquisa exploraram esse mecanismo e descobriram que o betacaroteno pode ajudar a neutralizá-lo.
Os pesquisadores demonstraram, pela primeira vez, que a ordem em que as moléculas se ligam a uma enzima pode determinar se a inibição do substrato vai ocorrer ou não.
A equipe estudou uma enzima da planta do tabaco que ajuda a converter fenóis — compostos com propriedades protetoras — em uma forma que pode defender a planta contra predadores ou patógenos.
A enzima se liga tanto a moléculas de açúcar quanto a fenóis. Os pesquisadores observaram que, quando o açúcar se liga primeiro, seguido pelo fenol, a enzima funciona normalmente. Mas quando o fenol se liga primeiro com muita frequência, a atividade da enzima é inibida. Quanto mais fenóis estão presentes, mais frequentemente essa sequência inibitória ocorre, eventualmente paralisando a resposta de defesa da planta.
A equipe também fez uma segunda descoberta: o betacaroteno pode mitigar essa inibição e restaurar a atividade enzimática, pois compete com os fenóis pelos mesmos sítios de ligação na enzima, impedindo que muitos fenóis se liguem primeiro e desencadeiem o ‘desligamento’.
“Essa ideia foi baseada em descobertas anteriores que sugeriam que o betacaroteno pode afetar a inibição do substrato. No entanto, ficamos surpresos ao ver que o betacaroteno pode, na verdade, reduzir a inibição do substrato”, destacou o professor.
Mas isso significa que o betacaroteno pode resolver todos os problemas com enzimas? “O betacaroteno não é uma solução mágica”, alertou o Dr. Wilfried Schwab. “Como em muitos sistemas, o equilíbrio é fundamental para o funcionamento adequado das enzimas. Mas nossa descoberta abre novas direções para a pesquisa — e pode, em última análise, ajudar a aprimorar processos em uma ampla gama de aplicações”, concluiu o pesquisador.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Communications.
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Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Nature Communications (em inglês).
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).
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