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Pesquisa avalia os impactos dos microplásticos como vetores de herbicida em ambiente aquático
11 de julho de 2025, 17:59

Fonte

João Vítor Bueno e Kharen Stecca, Jornal da UFG

Publicação Original

Áreas

Agricultura, Bioquímica, Ciência Ambiental, Engenharia Ambiental, Gestão de Resíduos, Monitoramento Ambiental, Saneamento, Saúde Ambiental, Toxicologia

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Resumo

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás (UFG) avaliou os possíveis impactos de microplásticos novos e envelhecidos – na forma de microesferas de polietileno – em ambiente aquático, como vetores da atrazina, um herbicida amplamente utilizado na agricultura.

O estudo foi conduzido por Luan Gabriel Xavier de Souza em seu mestrado em Engenharia Ambiental e Sanitária, sob orientação do professor Dr. Francisco Javier Cuba Teran e da professora Dra. Renata Cuba.

Na pesquisa, Gabriel avaliou como o envelhecimento das micropartículas pode influenciar na capacidade de absorção e liberação de contaminantes. Essa abordagem foi fundamental para compreender a dinâmica ambiental dos microplásticos ao longo do tempo e seus efeitos sobre a mobilidade e persistência de substâncias tóxicas nos ecossistemas.

Além dos microplásticos, foi investigado como as raízes de alface se comportam em contato com os microplásticos associados à atrazina em ambiente aquoso. A planta se destaca como bioindicador de toxicidade devido ao seu ciclo de vida relativamente curto, sensibilidade a pequenas alterações no meio ambiente e seletividade na resposta aos poluentes. Na pesquisa, foi observado que os microplásticos envelhecidos sorvidos com atrazina causaram inibição na germinação da planta.

O pesquisador iniciou seu trabalho experimental em laboratório com o envelhecimento das microesferas de polietileno em um reator de foto-oxidação, que simula a ação da luz e do oxigênio. Nesse sistema, os microplásticos permaneceram expostos por um período de 120 dias, sendo revolvidos manualmente a cada sete dias para garantir uma simulação adequada das condições ambientais.

Na segunda etapa do estudo, foram realizados ensaios para observar como a atrazina se prende (adsorção) e se solta (dessorção) das microesferas de microplásticos novas e envelhecidas. Durante esses ensaios, foram monitorados parâmetros físico-químicos dos meios, como pH e condutividade elétrica, com o objetivo de avaliar possíveis influências sobre os processos de agregação e desagregação da atrazina nas superfícies dos microplásticos.

A determinação da concentração de atrazina nas soluções foi realizada no Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas da UFG. As análises morfológicas das partículas e das raízes de alface foram feitas no Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução, por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Por fim, análises complementares foram conduzidas no Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), permitindo a identificação de alterações químicas entre as partículas novas e as envelhecidas.

O pesquisador destacou a importância da ampliação dos estudos sobre os impactos da interação entre microplásticos e substâncias químicas em ecossistemas aquáticos. Com o aumento da poluição e da presença desses materiais nos oceanos e rios, as consequências para a vida aquática podem ser graves.

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Autores/Pesquisadores Citados

Mestre em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
Professor da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (UFG)
Professora de Engenharia Ambiental e Sanitária na Universidade Federal de Goiás (UFG)

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