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Marupá (Simarouba amara)
Fonte
Kélem Cabral, Embrapa Amazônia Oriental
Publicação Original
Áreas
Resumo
Estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros usou uma nova metodologia, chamada zoneamento topoclimático, para realizar uma análise de silvicultura e reflorestamento na Amazônia, com base no mapeamento de espécies nativas mais adequadas.
Com foco em 12 espécies nativas de alto valor ecológico e econômico, o estudo revelou que a silvicultura com espécies nativas influencia positivamente o combate às mudanças climáticas, além de promover geração de renda, recuperar a biodiversidade e fortalecer a resiliência das áreas frente a desastres naturais.
Os pesquisadores mostraram que espécies como o angelim-vermelho apresentaram até 81% de alta aptidão topoclimática em áreas antropizadas (degradadas ou alteradas pelo homem), revelando um vasto potencial para a restauração produtiva.
As descobertas enfatizam a importância do zoneamento topoclimático como uma ferramenta para estratégias de conservação e uso sustentável do bioma, com resultados alinhados à Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do Brasil.
Foco do Estudo
Estudo
Uma nova pesquisa publicada na revista científica Forests traz avanços significativos para a gestão e soluções florestais sustentáveis na Amazônia brasileira.
O estudo, liderado pela Dra. Lucieta Martorano, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, utilizou uma metodologia de sua autoria, o chamado zoneamento topoclimático, para mapear áreas e indicar as espécies nativas mais adequadas para a silvicultura e restauração florestal na região amazônica.
Participaram do estudo pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Florestas, Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da USP (Esalq/USP), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Federal do Ceará (UFC).
O estudo focou em 12 espécies nativas de alto valor ecológico e econômico e revelou que a silvicultura com espécies nativas influencia positivamente o combate às mudanças climáticas, além de promover geração de renda, recuperar a biodiversidade e fortalecer a resiliência das áreas frente a desastres naturais.
A metodologia de zoneamento topoclimático visa subsidiar estratégias de conservação e uso sustentável de espécies florestais nativas, podendo ser aplicada a qualquer bioma.
O estudo utilizou mais de 7,6 mil registros georreferenciados de espécies florestais nativas, como angelim-vermelho, ipê-amarelo, copaíba e mogno-brasileiro e cruzou essas informações com dados climáticos, topográficos e geográficos coletados entre 1961 e 2022.
Quando o país identifica com precisão onde e como reflorestar, cria melhores condições para atrair investimentos climáticos internacionais
Resultados
Os pesquisadores criaram mapas que mostram o grau de adequação ambiental (alto, médio ou baixo) de diferentes áreas da Amazônia para o plantio e manejo de cada espécie.
A análise estatística, não hierárquica, gerou modelos e mapas que indicam áreas com alto, médio e baixo potencial topoclimático para o plantio e manejo de cada espécie. “É uma metodologia de planejamento com enorme potencial para embasar políticas públicas voltadas à restauração florestal, bioeconomia e adaptação climática. É ciência aplicada ao território”, declarou a Dra. Lucieta Martorano.
As descobertas enfatizam a importância do zoneamento topoclimático como uma ferramenta para estratégias de conservação e uso sustentável. Os resultados estão alinhados à Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do Brasil, abordagem capaz de incentivar práticas agroflorestais, melhorar a conservação da biodiversidade e fortalecer a bioeconomia amazônica.
Entre os resultados, o estudo demonstrou que espécies como o angelim-vermelho (Dinizia excelsa) apresentaram até 81% de alta aptidão topoclimática em áreas antropizadas (degradadas ou alteradas pelo homem), revelando um vasto potencial para restauração produtiva.
Além disso, espécies com maior plasticidade ambiental, como o marupá (Simarouba amara), podem atuar como ‘coringas’ em locais de menor adequação climática, desde que acompanhadas de manejo adaptativo.
Mais do que apenas mapear onde plantar, o zoneamento permite alinhar e subsidiar políticas públicas aos compromissos internacionais do Brasil no Acordo de Paris, como o reflorestamento de milhões de hectares e o combate à perda de biodiversidade. O estudo também abre portas para programas de recuperação de áreas nativas e mercado de crédito de carbono.
O Dr. Silvio Brienza Junior, pesquisador da Embrapa Florestas e coautor do artigo, destacou que espécies bem adaptadas, identificadas pelo zoneamento, maximizam a oferta de serviços ambientais como sequestro de carbono, regulação hídrica e térmica, e preservação da biodiversidade.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Forests (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Embrapa.
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