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Resumo
As limitações hídricas e as mudanças climáticas têm motivado a comunidade científica a compreender os fatores que influenciam o desempenho das culturas agrícolas em condições tropicais.
Com essa perspectiva, uma pesquisa desenvolvida no programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas Agrícolas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) analisou os impactos potenciais das mudanças climáticas futuras sobre a produtividade do milho no Brasil.
A engenheira ambiental Taís Souza dos Santos investigou a combinação de métodos de estimativa da evapotranspiração e da evaporação do solo – utilizando um modelo chamado CERES-Maize – para então analisar os impactos potenciais das mudanças climáticas futuras sobre a produtividade do milho tropical, também com base em simulações do CERES-Maize.
“O foco esteve na avaliação da evapotranspiração e do requerimento hídrico da cultura, bem como na análise dos impactos de cenários climáticos futuros sobre o cultivo do milho no Brasil”, explicou a pesquisadora.
O Dr. Fabio Marin, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP, foi o orientador de doutorado de Taís Santos.
Segundo a pesquisadora, o estudo sobre evapotranspiração contribui diretamente para o uso mais eficiente da água na agricultura, oferecendo subsídios técnicos para a estimativa mais precisa da irrigação em cultivos de milho em ambientes tropicais. “Isso permite reduzir desperdícios hídricos, otimizar o manejo irrigado e apoiar políticas públicas voltadas à gestão racional dos recursos hídricos”, destacou.
Já o estudo sobre os impactos das mudanças climáticas fornece insights importantes sobre a adaptação da cultura do milho frente aos cenários futuros.
“A pesquisa mostra que é possível manter a produtividade e reduzir riscos de perdas, tanto de produtividade de grãos quanto a produtividade da água”, complementou Taís Santos.
A pesquisa apresentou dois resultados centrais que podem contribuir diretamente para o avanço da agricultura em diferentes condições climáticas.
Como primeiro resultado importante, foram identificados quais métodos são mais precisos na estimativa da evapotranspiração — processo fundamental para entender o balanço hídrico das lavouras em ambientes tropicais.
Já o segundo resultado importante traz uma boa notícia para o futuro da agricultura em meio às mudanças climáticas: ao simular cenários com aumento de temperatura e maior concentração de CO₂, a pesquisadora mostrou que é possível adaptar o milho a essas novas condições. A estratégia consistiu em ajustar os coeficientes genéticos ligados à soma térmica, prolongando o ciclo da cultura sem prejudicar suas fases de desenvolvimento. O resultado foi uma melhora significativa na produtividade de grãos, na eficiência do uso da água e na própria evapotranspiração.
A conclusão é clara: investir em melhoramento genético pode ser uma saída viável e eficiente para mitigar os efeitos do aquecimento global sobre a produção agrícola.
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Acesse a notícia original completa na página da ESALQ-USP.
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