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Estudo aponta a importância da regulamentação da edição genética na agricultura para garantir que as novas tecnologias sejam usadas de forma segura e responsável
25 de junho de 2025, 14:23

Fonte

Lara Pacillo, Universidade de Adelaide

Publicação Original

Áreas

Agricultura, Biologia, Biotecnologia, Biotecnologia Alimentar, Botânica, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Engenharia de Alimentos, Genética, Genômica

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Resumo

Na agricultura, a edição genética é uma tecnologia emergente que está sendo cada vez mais utilizada para ajudar as culturas a se tornarem mais resistentes a fatores ambientais estressantes, como seca e salinidade.

Mas com o desenvolvimento de novas tecnologias de melhoramento genético, voltou à tona um antigo debate global sobre como essas tecnologias devem ser regulamentadas.

No caso, a regulamentação se refere às leis, políticas, licenças e diretrizes que regem como pessoas e organizações podem usar a tecnologia genética, onde penalidades se aplicam caso essas regras não sejam seguidas. Há pouca consistência em todo o mundo na forma como a edição genética é regulamentada.

Recentemente, um novo estudo de revisão sistemática publicado na revista científica The Plant Journal descreveu como a regulamentação desempenha um papel vital no processo de inovação genética, incentivando o envolvimento público e construindo confiança nas tecnologias genéticas emergentes. O estudo foi conduzido pela Dra. Emily Buddle e por Michail Ivanov, pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, e pela Dra. Rachel Ankeny, professora da Escola de Humanidades, também da Universidade de Adelaide.

“As decisões regulatórias não se limitam a fatos científicos ou benefícios econômicos. Elas sempre envolvem julgamentos de valor, especialmente em relação à segurança, risco e benefícios sociais”, explicou a Dra. Emily Buddle.

“Os botânicos precisam se envolver com diversos grupos de pessoas desde o início e frequentemente ao longo do processo de inovação para entender suas preocupações com as novas tecnologias. Esse engajamento é um processo de aprendizado mútuo, não apenas uma formalidade, pois nenhum grupo possui o expertise e a capacidade de moldar a regulamentação isoladamente”, continuou a pesquisadora.

A Dra. Emily Buddle observou que, embora as formas de edição genética possam promover as mesmas mudanças que ocorreriam naturalmente na agricultura — um conceito conhecido como ‘equivalência científica’ — isso não se traduz em aceitação pública.

“O que realmente importa para o público é como a tecnologia genética será aplicada e quais são seus benefícios percebidos, e não apenas se ela é editada geneticamente ou geneticamente modificada. Por exemplo, nossas pesquisas anteriores mostraram que as pessoas podem aceitar mais a edição genética que melhora a tolerância da cultura à seca, em vez de alterar as qualidades nutricionais do grão”, afirmou.

Para o Dr. Michail Ivanov, a revisão desafia algumas críticas comuns nas ciências agrícolas: “Em nossa experiência de pesquisa, frequentemente ouvimos cientistas que trabalham com genômica agrícola falarem sobre a regulamentação como problemática, enfatizando que a regulamentação é um ‘gargalo’ ou um ‘obstáculo’ que limita a pesquisa e a inovação nas ciências agrícolas”..

“Mas a regulamentação é, na verdade, uma parte importante do processo de inovação, pois permite que reguladores e públicos diversos se envolvam na pesquisa e avaliem se uma nova tecnologia é realmente necessária, desejável e benéfica fora do laboratório ou do campo”, concluiu o pesquisador.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora da Universidade de Adelaide
Doutorando na Universidade de Adelaide
Professora da Escola de Humanidades da Universidade de Adelaide

Instituições Citadas

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