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Macroalgas e halófitas são reconhecidas como alimentos funcionais, mas metais tóxicos e iodo não devem exceder limites de segurança
24 de junho de 2025, 20:04

Fonte

Sara Machado, FCTUC

Publicação Original

Áreas

Aquicultura, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Gestão de Resíduos, Monitoramento Ambiental, Nutrição Clínica, Nutrição Funcional, Oceanografia

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Resumo

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com colegas da Universidade de Aveiro, em Portugal, realizou um levantamento nacional dos níveis de metais tóxicos e iodo em macroalgas e plantas naturalmente adaptadas a biótopos salinos, conhecidas como halófitas.

As macroalgas e halófitas são reconhecidas como alimentos funcionais, representando uma fonte de nutrientes essenciais e compostos bioativos. O estudo torna-se importante na medida em que o consumo destes alimentos tem aumentado.

Os resultados mostraram que o arsênio e o iodo são os dois elementos químicos que limitam o consumo de macroalgas em termos de segurança, principalmente de macroalgas castanhas, que são as mais consumidas. Por outro lado, as halófitas parecem ser uma boa alternativa se cultivadas em locais não contaminados.

Importa destacar que a Agência Internacional de Investigação do Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde, classifica o arsênio como cancerígeno para o ser humano (Grupo I). A mesma organização reconhece, ainda, que a ingestão excessiva de iodo pode causar disfunção da glândula tiroide.

O nível dos elementos químicos estudados está em curso em vários países europeus, em cumprimento a uma recomendação da Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), de 2018, que visa garantir a segurança alimentar e promover o desenvolvimento sustentável e responsável do setor.

“Este trabalho teve como principais objetivos determinar em que medida a ingestão de cádmio, chumbo, mercúrio, arsênio e iodo presentes em macroalgas e halófitas excede os limites de segurança conhecidos. Para além disso, foi avaliado o potencial das várias espécies e dos locais de amostragem estudados como possíveis promotores da economia azul e da agricultura marinha em Portugal, considerando que a acumulação dos elementos químicos está relacionada com a localização geográfica em que as várias espécies crescem”, explicou a Dra. Elsa Teresa Rodrigues, pesquisadora do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

De acordo com os pesquisadores, a implementação da agricultura marinha, em Portugal, deve ser feita apenas em zonas restritas da costa, com qualidade ambiental comprovada. “É fundamental a Comissão Europeia estabelecer limites máximos para arsênio e iodo em macroalgas destinadas ao consumo humano e a sua monitorização rigorosa deve ser assegurada pelas autoridades nacionais competentes”, destacaram.

“Faz-se, ainda, o apelo à população para limitar o consumo de macroalgas castanhas, devido ao seu elevado teor de arsênio e iodo, dada a possibilidade de haver efeitos adversos para a saúde”, concluíram os pesquisadores.

O estudo foi publicado na revista científica Food Control.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)

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