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Dietas ricas em gordura normalmente resultam em ganho de peso. Mas um novo estudo publicado na revista científica Nature Metabolism revelou um mecanismo de ação biológico inesperado que transforma o armazenamento de gordura em consumo de gordura.
No estudo, camundongos se tornaram obesos ao consumir alimentos ricos em gordura, como esperado. Mas quando os pesquisadores removeram um aminoácido chamado cisteína da dieta dos animais e bloquearam sua capacidade de produzi-lo internamente, os camundongos obesos retornaram a um peso saudável com inflamação reduzida — tudo isso enquanto continuavam a consumir a mesma quantidade de alimentos ricos em gordura.
Os pesquisadores descobriram que esse efeito foi impulsionado por uma mudança drástica no tecido adiposo dos camundongos: uma vez que a cisteína foi removida da dieta, quase toda a gordura branca — o tipo de gordura que armazena energia — foi convertida em gordura ‘marrom’, que gasta energia para gerar calor. Os camundongos estavam essencialmente queimando as calorias extras à medida que elas eram consumidas.
As descobertas revelaram que a depleção de apenas um aminoácido em uma dieta normal aciona um mecanismo que queima gordura sem destruir a massa muscular, e oferecem pistas sobre como isso pode ser aproveitado para melhorar a saúde e a longevidade em seres humanos.
“O que descobrimos nos camundongos foi que a privação de cisteína converteu gordura branca em gordura marrom. Não foi apenas um pouquinho aqui e ali. Foi uma transformação drástica”, afirmou o Dr. Vishwa Deep Dixit, professor de Patologia, Imunobiologia e Medicina Comparada na Escola de Medicina da Universidade Yale, nos EUA, e diretor do Centro de Pesquisa sobre Envelhecimento de Yale. O Dr. Vishwa Dixit é autor sênior do estudo.
Os pesquisadores descobriram que a remoção completa da cisteína do corpo acelerou a queima de gordura — essencialmente removendo os ‘freios’ do metabolismo. Essa descoberta, afirmam os pesquisadores, abre caminho para a restrição controlada de cisteína como uma possível abordagem alimentar para melhorar a saúde e a expectativa de vida, reduzindo o excesso de gordura.
Os pesquisadores continuam investigando esse papel da cisteína, com o objetivo de identificar como as mitocôndrias nas células de gordura são acionadas para gerar calor em vez das moléculas de energia que normalmente produzem.
“Acreditamos que a cisteína seja muito crítica para os benefícios metabólicos da restrição alimentar e que, na verdade, ela impulsiona a perda de gordura ao induzir esse processo de regulação da temperatura”, concluiu o professor Vishwa Dixit.
O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade Yale, nos EUA, com a colaboração de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Washington em St. Louis, do Instituto de Pesquisa Translacional AdventHealth e do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, nos EUA, e da Universidade de Quioto, no Japão.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Nature Metabolism (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Escola de Medicina da Universidade Yale (em inglês).
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