
Fonte
Universidade Flinders
Publicação Original
Áreas
Resumo
A partir das perspectivas de pais e cuidadores sobre os sinais de transtornos alimentares em crianças e adolescentes, consultadas em 62 websites especializados, pesquisadores destacaram os principais sinais de alerta precoce que podem motivar a procura por ajuda profissional.
Podendo se tornar potencialmente grave ou mesmo fatal, a ocorrência de um transtorno alimentar pode ser tratada com sucesso quando reconhecida aos primeiros sinais.
A partir da lista dos sinais de alerta, os pesquisadores destacaram a importância de pais e cuidadores ficarem atentos e não hesitarem em procurar ajuda, o mais cedo possível.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Nem sempre é fácil reconhecer quando uma criança tem um transtorno alimentar, mas a falta de sinais de alerta importantes e a demora no diagnóstico e na intervenção podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
Embora os transtornos alimentares possam afetar pessoas de todas as idades e origens, a maioria já pode aparecer na infância e adolescência e rapidamente se tornar grave e potencialmente fatal.
Estudo
Uma pesquisa liderada por pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, identificou os sinais de alerta precoce mais comuns de transtornos alimentares em crianças, a fim de orientar pais e cuidadores sobre quando procurar ajuda. Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de Melbourne, da Universidade de Tecnologia de Sydney e da Universidade de Sydney Ocidental, todas na Austrália.
Os pesquisadores consultaram 62 websites especializados que apresentavam as perspectivas de pais e cuidadores sobre os sinais de alerta para transtornos alimentares em crianças e adolescentes.
A Dra. Jamie-Lee Pennesi, professora da Universidade Flinders, especialista em transtornos alimentares e autora principal do estudo publicado na revista científica International Journal of Eating Disorders, afirmou que mais crianças pequenas estão sendo diagnosticadas com transtornos alimentares do que nunca, com os pais geralmente relatando um atraso entre a percepção de quaisquer sinais de alerta e a busca por ajuda.
“Até o momento, a pesquisa nessa área tem sido limitada. Nossas novas descobertas são valiosas porque se baseiam nas perspectivas de pais e cuidadores para identificar sinais de alerta precoce distintos de transtornos alimentares em crianças”, destacou a professora.
“Queremos que pais e cuidadores sejam capazes de reconhecer os primeiros sinais de transtornos alimentares em crianças o mais cedo possível e agir rapidamente na busca por apoio profissional”, continuou a Dra. Pennesi.
Identificar os primeiros sinais de um transtorno alimentar em uma criança pode ser difícil, pois pode começar de forma muito inocente, com mudanças sutis em seus hábitos, como mudanças nos padrões alimentares, comer apenas certos alimentos, não terminar a refeição, usar roupas largas ou grandes demais e praticar exercícios físicos em excesso. Se esses comportamentos não forem tratados, podem rapidamente evoluir para transtornos alimentares graves, como anorexia nervosa ou bulimia nervosa
Resultados
Os pesquisadores descobriram que os 10 sinais de alerta precoce mais comuns para um transtorno alimentar em uma criança são:
- Realizar exercícios excessivos ou compulsivos – como se exercitar em segredo (no meio da noite ou no quarto);
- Ganhar ou perder peso de maneira evidente;
- Ter obsessão ou preocupação excessiva com comida ou com o preparo de alimentos;
- Cortar grupos alimentares importantes, como carboidratos ou laticínios;
- Manter sigilo ou mentir em relação à comida ou à alimentação – como relatar que comeu em outro lugar ou dizer que já comeu com um amigo;
- Demonstrar obsessão ou preocupação excessiva com a imagem corporal, peso, forma e tamanho;
- Autoinduzir vômito ou enjoo;
- Mudar hábitos de ir ao banheiro – como idas frequentes ao banheiro após as refeições ou após consumir qualquer alimento.
- Pular refeições – como evitar comida, horários de refeições ou situações que envolvam comida.
- Manter rituais e regras sobre comida e alimentação – como comer em uma determinada ordem, cortar a comida em pedaços pequenos ou ter fixação em usar a mesma louça ou talheres.
“Se os pais identificarem algum dos primeiros sinais de alerta, nós os incentivamos a conversar sobre suas preocupações e a solicitar uma avaliação médica”, disse a Dra. Pennesi.
A Dra. Tracey Wade, professora e pesquisadora sênior da Faculdade de Educação, Psicologia e Serviço Social da Universidade Flinders, afirmou que há muitos motivos pelos quais os pais podem adiar a conversa com seu médico sobre os hábitos alimentares de seus filhos, incluindo o não reconhecimento dos primeiros sinais de alerta de um transtorno alimentar ou a compreensão da potencial gravidade da situação.
“A boa notícia é que a maioria dos jovens identificados precocemente no desenvolvimento de um transtorno alimentar e que recebem tratamento adequado se recuperam”, concluiu a professora Tracey Wade.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica International Journal of Eating Disorders (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Flinders (em inglês).
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