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Pesticidas podem afetar espécies não-alvo em ambientes agrícolas, mas efeitos dependem da substância
7 de maio de 2025, 16:00

Fonte

Universidade de Helsinque

Publicação Original

Áreas

Agricultura, Agronomia, Ciências Agrárias, Ecologia, Monitoramento Ambiental, Química Verde, Saúde Ambiental, Sustentabilidade

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Resumo

A agricultura intensiva contribui de maneira importante para a perda de biodiversidade. Embora pesquisas anteriores tenham se concentrado principalmente nos efeitos da perda e fragmentação de habitat, a agricultura intensiva também tem outros efeitos ambientais, incluindo o uso de pesticidas em ambientes agrícolas.

Um estudo recente analisou os efeitos de dois pesticidas na borboleta Fritilária de Glanville. O estudo teve como objetivo determinar como a exposição de curto prazo na fase larval afeta a taxa de crescimento das larvas e o sucesso reprodutivo das borboletas adultas.

O estudo se concentrou em um fungicida e um herbicida, bem como em uma mistura de ambos. O fungicida em particular aumentou a taxa de mortalidade das larvas e retardou o desenvolvimento mesmo após um curto período de exposição. A mistura das duas substâncias reduziu os efeitos nocivos do fungicida no desenvolvimento larval, embora tenha permanecido mais lento do que nas larvas que receberam um tratamento controle. A mistura também afetou negativamente a capacidade reprodutiva de borboletas adultas.

“Os pesticidas são amplamente utilizados na agricultura, e novos produtos são constantemente introduzidos no mercado. Apesar das regulamentações ambientais e dos testes laboratoriais para verificar os níveis de toxicidade, sabemos relativamente pouco sobre como diferentes pesticidas afetam espécies não-alvo na natureza”, afirmou Ulla Riihimäki, doutoranda da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de Helsinque, na Finlândia.

Segundo os pesquisadores, diferentes tipos de pesticidas podem causar reações muito diferentes em organismos não-alvo. “É importante monitorar mais de perto a quantidade de pesticidas na natureza e investigar mais a fundo seus potenciais efeitos na vida selvagem”, ressaltou Ulla Riihimäki.

“O uso de pesticidas é estritamente regulamentado, e a aprovação de novas substâncias ativas sempre exige uma avaliação de risco. A concentração de resíduos de pesticidas em alimentos é monitorada e não deve exceder os valores de referência. Mas é difícil estimar as quantidades às quais várias espécies selvagens são expostas”, disse a Dra. Lotta Kaila, pesquisadora do Instituto de Ciência da Sustentabilidade da Universidade de Helsinque e coautora do estudo.

“Mais pesquisas e monitoramento mais rigoroso são necessários para proteger a biodiversidade e garantir que o uso de pesticidas não prejudique organismos que não são especificamente visados”, concluiu a Dra. Marjo Saastamoinen, professora da Universidade de Helsinque cujo grupo de pesquisa conduziu o estudo.

Os resultados foram publicados na revista científica Science of The Total Environment.

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Autores/Pesquisadores Citados

Doutoranda da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de Helsinque
Pesquisadora do Instituto de Ciência da Sustentabilidade da Universidade de Helsinque
Professora da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de Helsinque

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