
Fonte
Manuella Soares, Universidade Federal de Alagoas
Publicação Original
Áreas
Resumo
Com a influência do impacto humano nas mudanças climáticas, a elevação da temperatura dos oceanos já afeta de modo catastrófico ecossistemas marinhos, em especial os corais.
No litoral brasileiro, pesquisadores da UFAL estudam o impacto da temperatura da água sobre os corais e acompanham a saúde das colônias, alertando para a importância de práticas sustentáveis.
Cientistas do Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno (ECOA LAB) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) estão preocupados com a grande degradação de ecossistemas marinhos no litoral de Alagoas.
Em análise recente, foi identificada uma perda superior a 90% nos corais do litoral alagoano. Em outubro, a equipe retorna ao mar para uma ação de continuidade de avaliação dos corais.
Os recifes de corais em Maragogi, Paripueira e Maceió têm sido monitorados desde setembro de 2023, após o registro de ocorrência de branqueamento dos corais devido ao aumento da temperatura da água.
“Essa mortalidade é fruto de uma interação de fatores, El Niño e impactos humanos – mudanças climáticas. Tivemos um evento de El Niño, que naturalmente eleva a temperatura da água, mas que teve a sua intensidade aumentada devido às mudanças climáticas. Essa temperatura mais alta perdurou por um longo período fazendo com que a maioria dos corais não resistisse”, destacou o Dr. Robson Guimarães dos Santos, coordenador do ECOA LAB, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos da UFAL.
O Dr. Ricardo de Miranda, professor visitante e pós-doutorando no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da UFAL, explicou que o ‘branqueamento’ é devido às “altas temperaturas da água, [que] fazem com que o animal expulse da sua pele as pequenas algas coloridas, chamadas zooxantelas, que vivem ali associadas, e seu tecido agora transparente, mostra a cor branca do seu esqueleto”.
Os corais são o coração dos oceanos, fornecendo abrigo e alimento para inúmeras espécies marinhas. Com sua morte, a biodiversidade marinha é afetada, impactando diretamente a pesca, o turismo e até mesmo a proteção da linha de costa contra tempestades e erosões. Quando os corais morrem, os ecossistemas marinhos enfraquecem — e nós, humanos, também sentimos o impacto
O projeto da UFAL para monitorar a saúde dessas colônias conta com o financiamento da FAPEAL e bolsas de estudo do CNPq, além de integrar uma rede nacional de monitoramento.
Os pesquisadores integram várias metodologias com instalação de sensores para avaliar a temperatura nos recifes; sondas para mapeamento digital detalhado da estrutura; além de mergulhos para registrar com imagens a cobertura de corais e os peixes recifais. As avaliações são feitas em três momentos: antes, durante e depois do aquecimento das águas, para ter uma ideia mais clara do estado real das perdas após esse evento extremo.
De acordo com os pesquisadores, a recuperação do ecossistema é lenta e as ações de enfrentamento devem ser globais e locais.
A UFAL está articulando parcerias com diversos setores como a academia, o Estado e ONGs, para pensar alternativas de reestruturar os corais e gerar renda com o turismo sustentável.
“Reduza seu impacto ambiental, apoie projetos de conservação e espalhe essa mensagem. Juntos podemos ajudar a salvar nossos oceanos!”, concluíram os cientistas.
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