Leitura rápida

Nem todos os ovos de Páscoa são iguais: pesquisadora sugere opção por chocolate amargo, sem consumo excessivo
19 de abril de 2025, 13:35

Fonte

Dra. Clare Wall, Universidade de Auckland

Publicação Original

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos, Educação Alimentar, Indústria Alimentícia, Nutrição Clínica, Nutrição Funcional, Qualidade dos Alimentos

Compartilhar

Resumo

A diversidade de ovos de Páscoa que podem ser encontrados nas lojas é bem grande. Principalmente com relação à qualidade do chocolate e aos recheios disponíveis.

Sobre o chocolate, uma das diferenças significativas é a porcentagem de cacau. Os chocolates chamados de ‘amargos’ têm porcentagem de cacau superior a 70%.

Segundo a Dra. Clare Wall, nutricionista e professora da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, “mais pesquisas são necessárias para afirmar que o chocolate amargo contribui para a saúde cardíaca, mas os apreciadores de chocolate podem se animar com o COcoa Supplement and Multivitamin Outcomes Study (COSMOS), um amplo estudo cuidadosamente controlado envolvendo 21.442 participantes”. O estudo COSMOS foi liderado pelo Brigham and Women’s Hospital, nos EUA.

“O estudo foi desenvolvido para testar se um suplemento diário de extrato de cacau e um multivitamínico poderiam ajudar a manter a saúde cardíaca e reduzir o risco de câncer. É o primeiro estudo a sugerir que o consumo regular de extrato de cacau em longo prazo pode trazer benefícios para o coração. De fato, os participantes que tomaram o suplemento de cacau consistentemente apresentaram um risco 27% menor de morrer de doenças cardiovasculares, além de outros benefícios para a saúde cardíaca”, destacou a professora.

Além da saúde do coração, o chocolate também pode influenciar o desempenho neurológico e a saúde mental.

“Outras descobertas sugerem que o chocolate amargo também pode auxiliar a função cerebral, que os flavonoides podem aumentar o fluxo sanguíneo e o oxigênio para o cérebro, melhorar a função nervosa e estimular o crescimento de neurônios, particularmente no hipocampo – a parte do cérebro associada ao aprendizado e à memória”, disse a Dra. Clare Wall.

“O chocolate amargo também demonstrou melhorar o humor, o que pode explicar por que é frequentemente consumido sob estresse emocional. Os flavonoides ajudam a estimular a liberação de endorfinas (hormônios da felicidade), que contribuem para o nosso bem-estar mental”, continuou a professora.

“Estudos em animais sugeriram que os flavonoides do cacau podem até mesmo proteger contra o declínio cognitivo e condições como a doença de Alzheimer. Embora esses resultados ainda sejam preliminares (e envolvam animais, e não pessoas), as evidências apontam para um papel potencial do chocolate amargo no apoio à saúde cerebral em longo prazo”, destacou.

Mas e os ovos de Páscoa? Como outros produtos de chocolate, eles também costumam conter açúcar e gorduras em excesso, o que pode comprometer todos os outros benefícios do chocolate. Dica da professora: “Para aproveitar o chocolate como uma adição saudável às suas festividades de Páscoa, opte por chocolate amargo com teor de cacau de 70% ou mais e verifique os rótulos para saber a quantidade de outros ingredientes”.

A sugestão é simples: evitar exageros: “Uma pequena porção diária – cerca de 20 a 30 gramas, ou um a dois quadradinhos – geralmente é suficiente para obter os benefícios, sem o excesso de energia ou açúcar”, concluiu a Dra. Clare Wall.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Professora da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Auckland

Mais Informações

Leia também:

Rolar para cima