Notícia com publicação científica
Interação entre aves e plantas deve ser considerada no planejamento da restauração de áreas verdes urbanas degradadas
Estudo realizado em área de 58,6 hectares em Uberlândia/MG mostrou a interação entre aves e plantas após restauração

Dayana Nascimento Carvalho

Tucanuçu

10 de abril de 2025, 10:41

Fonte

Marco Cavalcanti, Portal Comunica UFU

Publicação Original

Universidade Federal de Uberlândia

Áreas

Biologia, Botânica, Cidades, Ciência Ambiental, Ecologia, Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental, Saúde Ambiental, Sustentabilidade, Zoologia

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Resumo

Pesquisadores analisaram dois espaços verdes em Uberlândia/MG, anteriormente restaurados, e observaram a diversidade e a abundância de espécies na vegetação e sua atratividade para a fauna, em especial para aves.

Os pesquisadores destacaram que a manutenção e a recuperação adequadas de áreas verdes urbanas não só preservam rios e riachos como também garantem a diversidade de aves, importantes sob vários aspectos ecológicos.

Foco do Estudo

Identificar a vegetação e a interação entre plantas e aves em espaços urbanos verdes restaurados.

Estudo

Um estudo recente, publicado na revista científica Diversity, analisou os efeitos da vegetação nas comunidades de aves e nas interações entre aves e plantas em duas áreas ribeirinhas urbanas de Uberlândia que foram reflorestadas visando a restauração ecológica.

O estudo foi desenvolvido durante o mestrado da bióloga Dayana Nascimento Carvalho na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), sob orientação do Dr. Kleber Del-Claro, professor do Instituto de Biologia da UFU, e com a participação do Dr. Eduardo Calixto, professor da Universidade da Flórida, nos EUA

Os pesquisadores observaram que a diversidade e a abundância de espécies na vegetação e sua composição nativa, além de sua atratividade para a fauna,  formam um corredor ecológico fundamental para o aumento do número de aves.

De acordo com o professor Kleber Del-Claro, a manutenção e recuperação da vegetação não só preserva as margens de rios e riachos contra o desmoronamento, assoreamento e inundações, mas também atrai espécies da fauna, como os passarinhos. O Brasil, por sinal, é o terceiro país com maior diversidade de aves.

“Só uma espécie de beija-flor é capaz de comer 400 pernilongos por dia!”, exemplificou o professor. “Então, você tem uma ideia do impacto desses animais para o nosso bem-estar humano e social, além da beleza, além do bem-estar que eles trazem”, continuou  o professor.

Entre janeiro e outubro de 2019, foram analisadas áreas verdes do Praia Clube – espaço privado que margeia um trecho do Rio Uberabinha – e do Parque Linear Rio Uberabinha, em Uberlândia, totalizando 58,6 hectares. Os dois espaços já haviam sido restaurados anteriormente. Os pesquisadores identificaram as espécies vegetais e de aves existentes nesses espaços.

Na prática, essa pesquisa prova, demonstra cabalmente, que o reflorestamento, a preservação das margens dos rios, dos riachos que nós temos, recupera a biodiversidade, traz de volta as espécies animais, as espécies vegetais, para o nosso convívio

Dr. Kleber Del-Claro, professor do Instituto de Biologia da UFU

Resultados

Das 98 espécies de plantas registradas pela pesquisa nas duas áreas, existiam plantas nativas do cerrado, plantas nativas não regionais (de outro bioma do Brasil) e plantas exóticas, ou seja, de outros países. A restauração foi realizada principalmente com plantas que têm suas sementes dispersas por animais (zoocoria), dispersas por aves (ornitocoria) e dispersas pelo vento (anemocoria).

A interação entre aves e plantas, como a alimentação por meio de flores, frutos, néctar e sementes, foram registradas por meio de fotografias. As imagens e as conclusões apresentadas pelos pesquisadores mostram a importância do planejamento nas restaurações ecológicas para a manutenção e expansão da biodiversidade vegetal e das aves.

A preservação destas áreas verdes para as cidades têm sua importância em dimensões mais amplas, tanto na funcionalidade destes ecossistemas para a biodiversidade e conservação de espécies destacadas neste estudo, quanto pela formação de ilhas de frescor urbanas essenciais para a saúde da população humana e da fauna, atenuando, assim, os efeitos microclimáticos urbanos e seus desdobramentos para as mudanças climáticas futuras

Dayana Nascimento Carvalho, doutoranda na Universidade Estadual de Campinas

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Autores/Pesquisadores Citados

Dayana Nascimento Carvalho

Doutoranda na Universidade Estadual de Campinas

Dr. Kleber Del-Claro

Professor do Instituto de Biologia da UFU

Dr. Eduardo Calixto

Professor da Universidade da Flórida

Instituições Citadas

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica Diversity (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página do Portal Comunica UFU.

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