
Copernicus Sentinel-2 via Wikimedia Commons
Imagens de satélite da missão Copernicus Sentinel-2, adquiridas em 26 de janeiro de 2023 (acima) e 2024 (abaixo), mostram as mudanças na paisagem da região de Casablanca, no Marrocos, como resultado da seca extrema..
Fonte
Universidade de Bristol
Publicação Original
Áreas
Resumo
Um novo estudo destacou as condições críticas que as 100 cidades mais populosas do mundo podem enfrentar em relação aos extremos climáticos, tanto em relação a secas extremas como a inundações extremas.
Os pesquisadores compararam vulnerabilidades sociais e de infraestrutura hídrica de cada cidade com novos dados sobre riscos climáticos abrangendo 40 anos para identificar quais são as cidades mais vulneráveis a climas extremos e aquelas menos preparadas para lidar com os novos desafios.
Os pesquisadores esperam que, com o alerta da publicação, governos e o setor privado possam trabalhar juntos para implementar soluções que enfrentem as mudanças climáticas e as crises hídricas, fortalecendo a segurança global.
Um estudo liderado pela organização WaterAid – principal instituição filantrópica do mundo em água, saneamento e higiene – juntamente com pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade Cardiff, no Reino Unido, revelou como as 100 cidades mais populosas do mundo estão cada vez mais expostas a inundações e secas.
Cidades na África e na Ásia aparecem como as mais expostas a mudanças climáticas extremas, o que pode impedir o acesso à água potável e afetar a segurança hídrica para comunidades urbanas que sofrem o impacto das mudanças climáticas, de acordo com o estudo.
As descobertas também indicam que cerca de 17% das cidades estudadas está passando por inundações e secas cada vez mais intensas, sendo que 20% das cidades tiveram uma grande mudança de um extremo para o outro, a chamada ‘inversão de risco climático’. Isso afeta mais de 250 milhões de pessoas globalmente em cidades como Kano na Nigéria, Bogotá na Colômbia e Cairo no Egito, limitando significativamente o acesso à água limpa e segura.
A Dra. Katerina Michaelides, professora de Hidrologia da Universidade de Bristol, destacou: “As descobertas do nosso estudo ilustram o quão diferente e dramaticamente as mudanças climáticas estão se expressando ao redor do globo – e não há uma solução única para todos.”
Todas as cidades europeias analisadas apresentaram tendências de seca nos últimos 42 anos, incluindo Madri, Paris e Londres, o que pode levar a secas mais frequentes e duradouras.
“Lugares que eram historicamente úmidos estão se tornando secos e vice-versa. Outros lugares agora são cada vez mais atingidos por inundações e secas extremas. Uma compreensão mais profunda dos riscos climáticos localizados pode dar suporte a um planejamento mais inteligente e personalizado nas principais cidades”, explicou a professora Michaelides.
Um resultado interessante deste estudo é como muitas das tendências de risco climático parecem se espalhar por regiões amplas, sugerindo que pode haver desafios significativos de adaptação a novos regimes de risco, mas também oportunidades regionais de colaboração entre nações para se tornarem mais resilientes às mudanças climáticas em centros urbanos
O estudo comparou as vulnerabilidades sociais e de infraestrutura hídrica de cada cidade com novos dados sobre riscos climáticos abrangendo 40 anos para identificar quais são as cidades mais vulneráveis a mudanças climáticas extremas e aquelas menos preparadas para lidar com elas.
As vulnerabilidades examinadas variam da pobreza a sistemas precários de tratamento de água e resíduos. Inundações urbanas severas podem danificar instalações de saneamento, espalhando doenças como cólera e febre tifoide, enquanto a escassez de água durante as secas pode deixar milhões de famílias sem água.
O Dr. Sean Fox, professor de Desenvolvimento Global na Universidade de Bristol, que também contribuiu para a pesquisa, destacou: “à medida que a natureza e a intensidade dos riscos naturais mudam, seus impactos nas comunidades urbanas serão significativamente moldados por vulnerabilidades sociais e de infraestrutura. Em outras palavras, o risco não é apenas sobre a chance de uma enchente ou seca ocorrer, é também sobre o quão preparadas as comunidades estão para lidar com esses riscos.”
Da recente seca em cidades como Madri e Cidade do Cabo na África do Sul, às inundações em larga escala em cidades em Bangladesh e Paquistão, a organização WaterAid destacou que 90% de todos os desastres climáticos são causados por muita ou pouca água.
A WaterAid também alertou que desastres relacionados ao clima, como inundações e secas, aumentaram quatro vezes nos últimos 50 anos, colocando grande pressão sobre os sistemas vitais de acesso à água e saneamento e tornando mais difícil para as comunidades e economias se prepararem, se recuperarem e se adaptarem às mudanças climáticas.
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Acesse a publicação na página da WaterAid (em inglês).
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Bristol (em inglês).
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