
Fonte
Universidade de Waterloo
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Resumo
Durante a gravidez e a amamentação, mães que precisam ser medicadas podem transferir o medicamento para o feto ou bebê, que pode ser colocado em risco.
Para estimar o risco desse tipo de exposição a que bebês estão sujeitos em uma fase vulnerável da vida, pesquisadores desenvolveram um modelo farmacocinético baseado em fisiologia para um medicamento específico, usado para tratamento de epilepsia.
Considerando a exposição no útero e ao leite materno nas primeiras semanas de vida, os pesquisadores concluíram que o risco de efeitos negativos ao lactente é consideravelmente baixo com a continuidade de uso da medicação pela mãe.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Grávidas e mães que amamentam geralmente enfrentam a difícil escolha de continuar tomando seus medicamentos e arriscar danos aos seus bebês devido à exposição durante a gravidez e amamentação, ou interromper tratamentos que podem ser muito importantes.
A Organização Mundial da Saúde e a UNICEF recomendam que os bebês sejam amamentados desde até uma hora após o nascimento e, exclusivamente, até os seis meses de idade.
Neste cenário, um modelo que consiga avaliar o risco para o bebê do consumo de medicamento específico pela mãe pode ser importante para melhorar a qualidade de vida tanto da mãe quanto do bebê.
Estudo
Um novo modelo matemático desenvolvido por cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, pode estimar a exposição a que um bebê está sujeito quando sua mãe toma medicamentos.
Este é o primeiro estudo que considera a transferência de medicamento entre mãe e feto pelo cordão umbilical e também entre mãe e bebê por meio da amamentação.
Pesquisadores da Escola de Farmácia da Universidade de Waterloo analisaram especificamente o Levetiracetam, um medicamento com prescrição de longo prazo para mulheres com epilepsia; neste caso, havia poucos dados sobre o risco de efeitos adversos em bebês amamentados.
“A mãe pode correr sérios riscos se o Levetiracetam for interrompido, afetando sua capacidade de cuidar do bebê”, disse Shirley Wang, doutoranda na Escola de Farmácia da Universidade de Waterloo.
Essa modelagem matemática é uma ferramenta que os pesquisadores podem usar para determinar exposições a medicamentos para melhorar a qualidade de vida da mãe e do bebê
Resultados
“Nossa pesquisa mostrou que a probabilidade de efeitos negativos em um lactente amamentado é muito baixa para doses tipicamente prescritas de Levetiracetam”, destacou Shirley Wang.
A equipe construiu o modelo matemático usando modelagem farmacocinética baseada em fisiologia (PBPK) para determinar a exposição geral do lactente ao medicamento.
“Incluímos a exposição no útero e do leite materno em nosso modelo recém-nascido-bebê (…) para obter uma imagem mais precisa da exposição de bebês ao medicamento durante seu período mais vulnerável, nas primeiras semanas de vida”, disse a doutoranda.
“Também incluímos no modelo PBPK a anatomia e fisiologia do lactente, o volume de leite materno consumido e as concentrações do medicamento no leite materno para resultados mais precisos”, explicou o Dr. Santosh Suryavanshi, pesquisador da Escola de Farmácia da Universidade de Waterloo.
Para validar o modelo, os pesquisadores usaram dados de concentração no cordão umbilical de 14 indivíduos, mais 18 concentrações individuais de lactentes e valores populacionais de 64 lactentes de duas faixas etárias (2 a 4 dias e 7 a 31 dias).
Ainda faltam dados clínicos para bebês para muitos medicamentos. Mas o modelo do estudo pode ajudar na avaliação de outros medicamentos comumente prescritos para as mães.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Clinical Pharmacokinetics.
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