
Divulgação, Universidade Monash
Dr. Harry Al-Wassiti, pesquisador do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Monash
Fonte
Katie Spenceley, Universidade de Sydney
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores testaram em camundongos uma nova vacina de nanopartícula lipídica com tecnologia de mRNA (LNP-mRNA) contra a tuberculose.
Nos ensaios pré-clínicos, os pesquisadores constataram o sucesso da nova vacina, tanto isoladamente quanto como reforço de vacina BCG administrada previamente.
Trata-se de uma opção potencialmente atraente para os esforços globais de controle da tuberculose, que ainda deve passar por refinamento da formulação e avaliação da eficácia em testes maiores com animais, e posteriormente em estudos clínicos em humanos.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A tuberculose é a maior causa de mortalidade por doenças infecciosas no mundo, matando 1,5 milhão de pessoas por ano, com uma prevalência particular em países como Indonésia, Vietnã, Paquistão e África do Sul.
Atualmente, a vacina centenária Bacillus Calmette-Guerin (BCG) é a única vacina aprovada para tuberculose e é amplamente usada, apesar de sua eficácia em adultos ser inconsistente.
Estudo
Uma nova vacina que aumenta a imunidade contra tuberculose (TB) demonstrou ser eficaz em estudo pré-clínico.
O estudo sobre a eficácia da vacina de nanopartícula lipídica LNP-mRNA, publicado na revista científica eBioMedicine, foi liderado por pesquisadores da Universidade de Sydney e da Universidade Monash, na Austrália.
Os pesquisadores descobriram que a vacina foi eficaz em desencadear uma resposta imune que ajudou a destruir células infectadas com tuberculose. Quando usada como reforço em camundongos vacinados com BCG, a vacina melhorou significativamente a proteção em longo prazo contra a tuerculose em comparação com camundongos que receberam apenas a vacina BCG.
A vacina usou tecnologia de mRNA, que usa instruções genéticas para desencadear a resposta imunológica, em vez de uma versão enfraquecida ou morta do patógeno.
O sucesso das vacinas de mRNA na pandemia da COVID-19 ressaltou sua capacidade de gerar fortes respostas imunológicas. Nosso estudo fornece evidências de que essa plataforma pode ser aproveitada para a tuberculose, melhorando potencialmente a proteção e a durabilidade da imunidade de uma forma que as vacinas tradicionais não conseguem
Resultados
“Nossas descobertas demonstram que uma vacina de mRNA pode induzir respostas imunológicas potentes e específicas para patógenos que têm como alvo a tuberculose, uma doença para a qual há muito tempo não existe o desenvolvimento de [novas] vacinas eficazes. Isso representa um grande avanço na pesquisa de vacinas contra a tuberculose e fornece uma forte justificativa para o desenvolvimento de estudo clínico posterior”, disse o professor Dr. Jamie Triccas, diretor do Sydney Infectious Diseases Institute da Universidade de Sydney e autor sênior do estudo.
Os pesquisadores esperam que a vacina LNP-mRNA seja, em última análise, mais eficaz e consistente do que a BCG. Isso ocorre porque, ao contrário das vacinas baseadas em proteínas ou no patógeno atenuado, as vacinas de mRNA permitem uma adaptação rápida, tornando-as uma opção atraente para os esforços globais de controle da tuberculose.
“Apesar dos esforços globais concentrados, ainda há uma necessidade urgente de uma vacina nova e mais eficaz para prevenir a tuberculose. A flexibilidade da plataforma de mRNA, combinada com a facilidade de fabricação, transformou significativamente nossa capacidade de fazer isso acontecer. Estamos muito animados com este estudo”, disse o Dr. Harry Al-Wassiti, pesquisador do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Monash.
Agora, os pesquisadores avaliam passar para estudos clínicos: “Nosso próximo objetivo é refinar a formulação e avaliar sua eficácia em modelos maiores antes de passar para estudos em humanos”, disse o professor Jamie Triccas. “Dada a carga global da tuberculose e as limitações das vacinas atuais, acreditamos que esta plataforma pode fornecer um novo caminho para erradicar a doença”, concluiu o professor.
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