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Karina Ninni, Agência FAPESP
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Resumo
Pesquisadores desenvolveram um filme à base de algas e nanocelulose que libera fertilizante no substrato de plantas de forma controlada e que pode substituir os materiais importados utilizados atualmente.
Com adaptações, a solução inovadora – que é segura ao meio ambiente, reduz a perda de nutrientes e pode substituir o uso de microplásticos na agricultura – poderá ser utilizada na reprodução de diversas culturas.
Foco do Estudo
Estudo
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um novo material à base de algas e nanocelulose capaz de liberar fertilizante de forma controlada no substrato para plantas.
Para a produção do material foi utilizada a carragena (substância extraída de algas vermelhas) e o alginato (obtido de algas marinhas marrons) como meio para armazenar o fertilizante MAP (fosfato monoamônico, composto químico de fórmula NH₄H₂PO₄), amplamente empregado em diversas culturas.
O Dr. Claudinei Souza, um dos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Engenharia de Água, Solo e Meio Ambiente da UFSCar, enfatizou que, no desenvolvimento do material, foi considerado que a raiz tem dupla importância para a planta: primeiro, de suporte, e segundo na absorção de água e nutrientes.
Os pesquisadores testaram o material na plantação de um produtor de antúrios em Holambra/SP. Os testes de degradação [do material] foram realizados a partir de visitas com intervalos de 30 dias ao local da plantação, com coleta de plantas e avaliações.
Com o auxílio de uma impressora 3D de filamentos ABS, foram desenvolvidas em laboratório placas de 10×20 centímetros do material que posteriormente formaram vasinhos, com a finalidade de substituir aqueles tradicionalmente usados na reprodução das plantas.
O desafio na utilização de polímeros como a carragena e o alginato está na obtenção de materiais com resistência, já que eles tendem a se dissolver rapidamente em contato com a água. Por isso, adicionamos nanofibras de celulose ao material, em diferentes concentrações, na expectativa de melhorar suas propriedades mecânicas, físicas, químicas e térmicas.
Resultados
O filme desenvolvido foi capaz de liberar o fertilizante de maneira controlada no substrato para as plantas.
No teste de degradação, foi observado que o material desaparece após 90 dias.
O material desenvolvido diminui a utilização de plásticos, já que pode substituir as esferas de microplásticos utilizadas na agricultura em larga escala para liberação de fertilizantes.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Cellulose.
Utiliza-se a mesma técnica de inserção de fertilizante nas esferinhas de plástico, só que nosso material é biodegradável. Depois de 90 dias, ele praticamente desaparece
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Cellulose (em inglês).
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