Notícia com publicação científica
Pesquisa indica que hábitos no início da vida adulta moldam a saúde cardíaca para toda a vida
Início da vida adulta é uma época fundamental para reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares no futuro

Lucky Business via Shutterstock

21 de novembro de 2025, 11:47

Fonte

Jacqueline Mitchell, Beth Israel Deaconess Medical Center

Publicação Original

Universidade Harvard

Áreas

Cardiologia, Educação Física, Envelhecimento, Epidemiologia, Medicina, Nutrição Clínica, Nutrição Funcional

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Resumo

Usando dados do estudo Coronary Artery Risk Development in Young Adults (CARD), que acompanhou mais de 5.000 adultos nos EUA nos últimos 35 anos, cientistas puderam avaliar como a saúde cardiovascular no início da vida adulta – avaliada com o instrumento Life’s Essential 8 (LE8) da Associação Americana do Coração – pode afetar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares mais tarde na vida.

Mesmo quedas modestas nas pontuações do LE8 mostraram consequências importantes: para cada queda de 10 pontos em 100 entre os 20 e 40 anos dos participantes, o risco de desenvolver doenças cardiovasculares mais tarde na vida aumentou em 53%.

Foco do Estudo

Avaliar como a manutenção de uma boa saúde no início da vida adulta pode afetar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares com mais idade.

Por que é importante?

O início da vida adulta é um período de transições: concluir estudos, iniciar a carreira e formar família, entre outras. É também um período em que a saúde cardíaca costuma oscilar. Isso torna os primeiros anos da vida adulta uma janela ideal para o que os pesquisadores chamam de prevenção primordial, ou seja, construir e manter comportamentos saudáveis ​​antes que fatores de risco para doenças cardíacas apareçam.

Estudo

Padrões de saúde cardiovascular durante a juventude predizem fortemente o risco de doenças cardíacas, AVC e morte décadas depois, de acordo com um novo estudo coliderado por pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess, nos EUA.

Os cientistas usaram dados do estudo de longa duração Coronary Artery Risk Development in Young Adults (CARD), que acompanhou mais de 5.000 adultos nos EUA nos últimos 35 anos.

A saúde cardíaca dos participantes foi avaliada com o instrumento Life’s Essential 8 (LE8) da Associação Americana do Coração, que combina oito fatores-chave conhecidos por apoiar e definir o bem-estar cardiovascular (dieta, atividade física, sono, índice de massa corporal, colesterol sanguíneo, glicemia, pressão arterial e abstinência do tabaco) numa única pontuação que varia de 0 a 100. Uma pontuação mais alta reflete melhor saúde cardiovascular.

Também participaram do estudo pesquisadores da Escola Médica de Harvard, Escola de Medicina da Universidade Northwestern, Escola de Medicina da Universidade Boston e da Universidade do Alabama em Birmingham, nos EUA.

Em resumo, nosso estudo sugere que a mudança importa: melhorias na saúde cardiovascular podem diminuir o risco futuro de doenças cardíacas e, quanto mais cedo bons hábitos e saúde cardíaca forem adquiridos e mantidos, melhor

Dr. James Guo, médico residente em Medicina Interna no Beth Israel Deaconess Medical Center, pesquisador da Escola Médica de Harvard e primeiro autor do estudo

Resultados

Os pesquisadores descobriram que indivíduos cuja saúde cardiovascular declinou entre os 20 e 40 anos tinham até dez vezes mais chances de desenvolver doenças cardíacas aos 60 anos do que aqueles que mantiveram ou melhoraram sua saúde cardíaca. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica JAMA Network Open.

A equipe de pesquisa identificou quatro trajetórias longitudinais distintas de saúde cardiovascular que acompanharam a saúde cardiovascular medida pelo instrumento LE8 durante o início da idade adulta dos participantes, entre os 20 e os 40 anos: persistentemente elevada, persistentemente moderada, em declínio moderado e em declínio moderado a baixo. Embora todos os quatro padrões tenham demonstrado declínio na saúde cardiovascular, algumas trajetórias apresentaram declínios mais acentuados do que outras.

Em comparação com a manutenção de uma saúde cardíaca ideal e persistente, indivíduos com trajetórias de saúde cardiovascular piores durante o início da vida adulta enfrentaram riscos significativamente maiores — entre duas e dez vezes maiores — de desenvolver doenças cardiovasculares mais tarde na vida, incluindo ataques cardíacos, derrames, insuficiência cardíaca, necessidade de revascularização coronária e morte relacionada a doenças cardiovasculares.

Mesmo quedas modestas nas pontuações do LE8 mostraram consequências importantes: para cada queda de 10 pontos em 100 entre os 20 e 40 anos dos participantes, o risco de desenvolver doenças cardiovasculares mais tarde na vida aumentou em 53%.

Essas descobertas destacam uma mensagem mais ampla de saúde pública: investir fortemente na prevenção de fatores de risco por meio da promoção da saúde durante a juventude pode trazer benefícios para toda a vida, reduzindo o impacto geral das doenças cardíacas nas gerações futuras

Dr. James Guo, médico residente em Medicina Interna no Beth Israel Deaconess Medical Center, pesquisador da Escola Médica de Harvard e primeiro autor do estudo

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Autores/Pesquisadores Citados

Dr. James Guo

Médico residente em Medicina Interna no Beth Israel Deaconess Medical Center

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica JAMA Network Open (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade Harvard (em inglês).

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